Tragédia poderia ter sido evitada, diz Marcon, ao criticar governador do RS e prefeito de Porto Alegre

Marcon: Porto Alegre inundada por negligência do prefeito Melo e do governador Eduardo Leite. Foto: Ricardo Stuckert

Deputado Marcon coordena a Bancada Gaúcha no Congresso Nacional. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O coordenador da Bancada Gaúcha, deputado Marcon (PT-RS), usou a tribuna da Câmara nesta terça-feira (21/5) para criticar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que, segundo o parlamentar, tinha informações dos técnicos, dos cientistas, sobre a possibilidade de ocorrer essa tragédia climática que atingiu o estado. “Mesmo sabendo, nada foi feito para evitar essa catástrofe, porque a agenda do governador era a agenda fiscal, para aumentar imposto no Rio Grande do Sul. Aí, ele comemorou quando cedeu a venda dos muros dos cais de Porto Alegre, que segura a contenção da água para não entrar na cidade. Poderia ter sido evitado, no mínimo, 50% do que aconteceu”, lamentou.

Marcon relatou ainda que o DMAE (empresa pública de água e saneamento da capital), também informou ao prefeito Sebastião Melo, prefeito de Porto Alegre, que a manutenção das bombas estava aquém do que se necessitava. “Sebastião Melo, se fez de surdo. Não foi ver os diques, não foi ver as casas de bomba. Nada fez para que isso pudesse ser amenizado”, denunciou.

Culpados

Para o coordenador da Bancada Gaúcha, o governador do RS e o prefeito de Porto Alegre, que não querem que sejam levantados os culpados, mostraram “a ineficiência de quem está administrando o estado e a sua capital”.

“Quero aqui, mais uma vez, parabenizar o governo federal, por aquilo que o presidente Lula está fazendo pelo Rio Grande do Sul. Já são mais de R$ 100 bilhões em programas para salvar a nossa família gaúcha”. Marcon reiterou que só tem que agradecer a todos que ajudam o Rio Grande do Sul. “Muito obrigado e ninguém solta a mão do povo gaúcho. Vamos reconstruir conjuntamente o nosso Estado”.

Deputado Bohn Gass elogia as ações do governo Lula para socorrer agricultores gaúchos. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Agricultura familiar

O deputado Bohn Gass (PT-RS) também usou a tribuna para falar da tragédia no RS. Ele destacou que o presidente Lula continua anunciando medidas para ajudar o estado, por conta da crise climática. Ele informou que hoje o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, anunciou o empréstimo emergencial para os agricultores familiares retomarem as suas atividades. “São R$ 600 milhões para os agricultores familiares do Rio Grande do Sul, que dentro do padrão Pronaf, poderão buscar o recurso para investimentos, no momento em que as águas estão baixando, a crise é enorme. São R$ 600 milhões, com 30% de rebate”, explicou.

Na avaliação do parlamentar, essa medida é muito importante porque haverá 3 anos de carência. “Durante 3 anos não se paga nada, paga-se depois em 10 anos. Então, é um financiamento de 13 anos com 30% de rebate, sendo que quem está em município de calamidade pode ter esse rebate até R$ 25 mil e quem está em emergência até R$ 20 mil. Mais anúncios serão feitos, porque nós precisamos reconstruir o estado”, concluiu.

Números da tragédia

Marcon também fez um relato triste da atual situação do Rio Grande do Sul. “Estamos juntos nesta luta para salvar o nosso povo gaúcho. Quero trazer um número muito triste: 463 municípios afetados — só faltam 36 municípios serem afetados para 100% do RS. Infelizmente são 157 óbitos e 88 pessoas estão desaparecidas. E aqueles que vão aparecendo não aparecem com vida; aparecem porque estão mortos embaixo d’água. Então, o número de desaparecidos vem diminuindo, mas vai aumentando o número de óbitos nesta tragédia no Rio Grande do Sul”, lamentou.

O deputado citou ainda que cerca de 700 mil pessoas estão desalojadas e que a tragédia afretou quase 2 milhões e meio de pessoas no estado.

 

Vânia Rodrigues

 

 

 

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