(*) Padre João e Leleco Pimentel
Nosso compromisso é acabar com a fome. O Brasil retrocedeu bastante com os desgovernos de Temer e do futuro presidiário Bolsonaro. Depois de muito trabalho para tirar o país do mapa da fome em 2014, vimos os brasileiros sofrerem novamente com essa triste realidade. Em um ano de governo, estamos correndo contra o tempo e hoje recebemos mais uma bela notícia: o governo Lula retira 20 milhões de brasileiros do quadro de insegurança alimentar.
O Instituto Fome Zero destaca que as ações implementadas pelo governo federal surtiram efeito e registramos a queda de 65 milhões para 45 milhões de pessoas em insegurança alimentar. Os dados são um comparativo do quarto trimestre de 2022, do governo do miliciano que destruiu o país, com o mesmo período de 2023.
Uma pessoa é considerada em insegurança alimentar moderada quando não tem três refeições diárias ou não se alimenta o suficiente e em insegurança alimentar grave, quando fica um ou mais dias sem comer, em situação de fome.
Política econômica
O aumento real do salário mínimo, recomposição do Bolsa Família – que passou para R$ 600 mais R$150 por criança até 6 anos, e a desaceleração dos preços dos alimentos tiraram 20 milhões de brasileiros de um quadro de insegurança alimentar moderada ou grave. O aumento real, acima da inflação, da massa salarial em 11,7%, foi o maior desde o Plano Real.
São dados que mostram que o Brasil está no caminho certo. Podemos também falar do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que foram os maiores da história, assim como o Plano Safra da Agricultura Familiar, que contribuem bastante para o combate à fome.
O levantamento do instituto ainda mostra outro importante dado: a redução de 28 milhões para 20 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar grave. Nas últimas semanas também vimos os números de pessoas no quadro da fome ou insegurança alimentar grave diminuírem em 12 milhões, saindo de 32 milhões para 20 milhões. É sim para comemorar, mas brevemente porque a luta ainda é muito grande.
E agora?
O abandono do povo à própria sorte rapidamente gerou um aumento explosivo da pobreza, que se manifesta de modo mais perverso na volta da fome. Em 2014, durante o governo Dilma, o país havia finalmente deixado o Mapa da Fome das Nações Unidas. O cenário era de um país destroçado: quase 20 milhões de brasileiros passam fome diariamente, enquanto mais da metade da população (55%) enfrenta algum tipo de insegurança alimentar. Em um ano de governo Lula, avançamos para mudar esse quadro.
Presido a Frente Parlamentar Mista de Segurança e Soberania Alimentar e Nutricional e Combate à Fome e sabemos deste avanço. Porém, ainda estamos longe do ideal para segurança alimentar de todos. Vamos seguir lutando para não ocorrer retrocessos no Congresso Nacional. A luta será difícil. O principal inimigo é o lobby do agronegócio. Querem passar cada vez mais agrotóxicos para envenenar a nossa alimentação. Querem criminalizar o agricultor familiar, que é quem coloca comida na mesa do brasileiro.
Vamos seguir lutando contra a fome, essa será a nossa prioridade, contra a insegurança alimentar e contra todos os retrocessos. Vamos cada vez mais junto ao Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), com o governo federal, a sociedade organizada e todos que quiserem contribuir. Serão anos de luta e de avanço!
(*)Padre João é deputado federal (PT-MG) e Leleco Pimentel é deputado estadual (PT-MG)