A Petrobras comemora 70 anos amanhã (3). Mas já nesta segunda-feira (2) em uma sessão solene na Câmara dos Deputados, convocada pelo deputado Jorge Solla (PT-BA), as sete décadas da estatal foi celebrada. O deputado Pedro Uczai (PT-SC) e o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, também participaram do evento.
Durante a sessão foi relembrado o histórico da petrolífera desde a sua criação com o movimento “O Petróleo é Nosso”, até as mais recentes iniciativas para impulsionar a companhia por meio de investimentos previstos pela atual gestão federal.
A Petrobras foi fundada no dia 3 de outubro de 1953, pelo então presidente Getúlio Vargas, que dois anos antes havia enviado para o Congresso o projeto de criação da estatal. Na ocasião, Vargas enfrentou dificuldades políticas no Parlamento e a oposição dos grandes conglomerados nacionais que defendiam interesses externos, entendendo que a exploração de petróleo deveria ser entregue a grupos internacionais. “Felizmente, uma parte do campo político conseguiu, junto com os trabalhadores da Petrobras, evitar a venda por completo da Petrobras”, afirmou Jorge Solla.
O parlamentar destacou que foi na Bahia que nasceu o embrião da Petrobras, antes mesmo da criação oficial da companhia, a partir da descoberta de um poço de petróleo pelo Departamento Nacional de Produção Mineral, em 1939, no bairro do Lobato, subúrbio de Salvador.
A Petrobras voltou
O deputado baiano parabenizou os atuais dirigentes da companhia que já viabilizaram medidas importantes como o cancelamento da venda de ativos estratégicos da empresa. “A Petrobras, após anos de ataque, voltou a fazer parte de um projeto de desenvolvimento do País. Voltou a ser uma empresa de energia integrada, indutora do desenvolvimento econômico e social do País, comprometida com a sociedade brasileira, com os trabalhadores e com a transição energética justa”.
Solla espera que o governo Lula recompre as refinarias que foram vendidas pela administração anterior. “Que essa comemoração dos 70 anos seja também o fortalecimento da luta para reestatizar as nossas refinarias como a BR Distribuidora e gasodutos – que foram entregues ao capital privado a preços vis pelo governo da destruição nacional, que felizmente o povo retirou das urnas nas últimas eleições. Vida longa à Petrobras”.
Privatização
O deputado Pedro Uczai defendeu a criação de um dispositivo constitucional para proteger a Petrobras de governos que queiram privatizar a estatal. “Nós temos que propor uma emenda constitucional que só privatiza a Petrobras se consultar o povo brasileiro, se consultar os verdadeiros donos. Tem que fazer uma emenda constitucional e expor, aqui, os deputados e senadores que fazem discurso de defesa da Petrobras, ‘então assinam aqui e apoiam a Petrobras’. Se tem uma empresa símbolo do desenvolvimento desse País e da potência que o Brasil pode ter é a Petrobras”.
Governo da destruição
Deyvid Bacellar, coordenador-geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), denunciou os diversos ataques e desmontes que a Petrobras sofreu nos últimos anos. “Nós da categoria petroleira juntos com os movimentos sociais, com outras entidades sindicais, trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade evitamos a privatização da Petrobras. Conseguimos evitar que o governo Bolsonaro fizesse com a Petrobras o que fez com a Eletrobras. Para isso acontecer fizemos greves em 2015, 2017, 2018, 2020”.
Bacellar lembrou que a paralisação de 2020 – maior greve dos últimos tempos da categoria petroleira – fez com que o Congresso Nacional questionasse as privatizações que estavam em curso pelo governo Bolsonaro. “Privatizações feitas ao arrepio da lei e da Constituição Federal brasileira. Privatizações sem processos licitatórios, debates com a sociedade e que não houve aval do Congresso Nacional, por isso privatizações ilegais e inconstitucionais”.
A solenidade também contou com a presença do diretor-executivo de Processos Industriais da Petrobras, William França; do presidente da Transpetro, Sérgio Bacci; e do presidente do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro NF), Tezeu Bezerra.
Lorena Vale