A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) de 8 de janeiro, que vai investigar os atos terroristas – contra as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional – foi instalada no Congresso Nacional, nesta quinta-feira (25). “É hora de investigar aqueles que são contra a democracia e descobrir os mandantes dos crimes ocorridos em Brasília”, afirmou o deputado Rogério Correia (MG), um dos representantes da Bancada do PT no colegiado.
Também é titular na CPMI pelo PT na Câmara o deputado Rubens Pereira Jr. (MA). A deputada Adriana Accorsi (GO) e o deputado Carlos Veras (PE) participam da comissão como suplentes.
Por acordo, os parlamentares elegeram o deputado Arthur Maia (União-BA) como presidente da Comissão. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) foi escolhida para ser a relatora. A CPMI contará com dois vice-presidentes: o primeiro, senador Cid Gomes (PDT-CE); e o segundo, senador Magno Malta (PL-ES).
Para o deputado Rogério Correia é preciso descobrir quem foi o mandante dos crimes ocorridos em Brasília. “Tem uma dúvida que paira sobre a cabeça da grande maioria do povo brasileiro: esse principal autor intelectual. É o caso do porco: tem rabo de porco, tem pé de porco, tem barriga de porco, tem focinho de porco, ou é porco ou é feijoada. No caso do golpe, tinha um interessado: ou é Jair ou é Bolsonaro (…) não foram poucos os fatos que relacionam essa tentativa de golpe. As portas, os quartéis viraram ali embrião de golpistas”.
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O parlamentar também espera que ao final do trabalho aqueles que cometeram crime paguem pelo que fizeram. “O final desse trabalho não pode ser passar as mãos na cabeça daqueles que fizeram uma tentativa de golpe e de abolir a democracia no Brasil. Oito de janeiro não foi uma festa da Selma, não foi um dia em que eles vieram aqui cantarolar cantigas de amor e de alegria. Não. Vieram para dar um golpe, foram convocados para isso”.
Golpe
Deputado Rubens Pereira Jr. – Foto: Alessandro Dantas/PT no Senado
O deputado Rubens Pereira Jr. afirmou que os atos terroristas do dia 8 de janeiro foram uma tentativa de golpe. “O que houve, de fato, foi uma tentativa de golpe de Estado, não contra o governo do presidente Lula, não para reclamar contra as políticas públicas, mas contra a sede dos três Poderes na Praça da República. O ato do dia 8 não se restringe ao Palácio do Planalto. Este Senado Federal foi atacado, a Câmara dos Deputados foi atacada, o Supremo Tribunal Federal foi atacado, e o Palácio do Planalto”.
Segundo a relatora, o plano de trabalho da CPI mista já será apresentado na próxima reunião, que deve ocorrer na quinta-feira da próxima semana. “Houve uma tentativa de golpe, mas não conseguiram. E um fato é claro: todos nós somos contra aquilo que aconteceu. Todos nós queremos garantir a democracia cada vez mais forte, cada vez mais firme neste país”, analisou Eliziane Gama.
Ela destacou que o trabalho será intenso na busca dos responsáveis por um dos “atos mais terríveis da nossa história”. “Nem nos momentos mais terríveis da ditadura nós acompanhamos e vimos algo como o que aconteceu no dia 8 de janeiro”, criticou.
Ódio contra a democracia
Deputado Carlos Veras – Foto: Thiago Coelho
“No dia 8 de janeiro o ódio espalhado durante 4 anos por Bolsonaro e seus aliados virou um verdadeiro terror para a população. Terroristas invadiram e depredaram os Três Poderes em uma tentativa de golpe. É hora de investigar aqueles que são contra a democracia”, apontou o deputado Carlos Veras.
Deputada Adriana Acorssi – Foto: Thiago Coelho
A deputada Delegada Adriana Accorsi defendeu encontrar também os financiares dos atos. “Temos que responsabilizar os idealizadores, vamos investigar e encontrar financiadores dos atos terroristas e todos e todas que incitaram”.
Os senadores do PT, Rogério Carvalho (SE) e Fabiano Contarato (ES) são os titulares do colegiado. Além deles, são suplentes a senadora Augusta Brito (PT-CE) e o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do Governo no Congresso.
A comissão será composta por 16 senadores e 16 deputados, com igual número de suplentes, e terá 180 dias, com chance de prorrogação, para conclusão dos trabalhos.
Lorena Vale com PT no Senado
