Nilmário Miranda: pedras e a história na mão

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O jornal O Tempo, de Belo Horizonte (MG), publicou, no último domingo (30), um encarte especial sobre os 50 anos do Golpe de 1964. Uma das matérias recupera a história de uma foto emblemática de uma ocupação feita por estudantes no prédio da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1967, em protesto contra a ditadura. O deputado Nilmário Miranda (PT-MG) era um dos estudantes registrados na foto (o primeiro da esquerda para a direita).

“Naquele dia tinha mais uma passeata de protesto contra a ditadura. Na época havia várias por semana. Eram 11h quando fomos surpreendidos pelo cerco policial. Por isso corremos todos para a faculdade”, relembra Nilmário. Para evitar a prisão em massa, os estudantes usaram os materiais de construção que encontraram como armas. “Quando a repressão decidiu invadir, choveram pedras”, ressalta na reportagem de O Tempo.

Preso duas vezes pelo regime militar, Nilmário Miranda participou da resistência à ditadura como militante da Organização Política Operária (Polop). Condenado a mais de seis anos de prisão, teve os direitos políticos cassados e passou pelos porões da tortura do DOPS e DOI-CODI, além dos presídios Tiradentes, Carandiru e Hipódromo, todos em São Paulo (SP).

Após sair do cárcere, cursou Jornalismo na UFMG e foi um dos mentores do Jornal dos Bairros, quinzenário que circulou na região industrial de Belo Horizonte e Contagem e se tornou uma das experiências mais relevantes no jornalismo comunitário do País.

Nilmário Miranda também foi um dos fundadores do PT em Minas Gerais. Já como deputado federal, apresentou o projeto de resolução que levou à criação da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, colegiado que presidiu em duas ocasiões (1995 e 1999). Em 2003, tomou posse como ministro da Secretaria de Direitos Humanos no primeiro mandato do ex-presidente Lula.

Juntamente com o jornalista Carlos Tibúrcio, Nilmário escreveu o livro “Dos filhos deste solo”, com relatos sobre a luta pela redemocratização do Brasil. “A história contada pelos vencedores procura fazer crer que houve apoio generalizado ao Golpe Militar de 1964 e que praticamente não teria havido resistência da sociedade civil e mesmo de setores militares”, diz trecho da obra.

O livro conta também que “houve milhares de prisões, cassações de mandatos, demissões arbitrárias e vários assassinatos. Os alvos preferenciais da repressão nesse período foram os políticos ligados ao governo deposto, sindicalistas urbanos, camponeses, sargentos, cabos, soldados, marinheiros e estudantes”.

Rogério Tomaz Jr.

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