O crescimento da indústria em janeiro, a 3ª maior elevação do PIB entre as grandes economias em 2013, o menor desemprego da história, a inflação sob controle por dez anos consecutivos e a forte expansão da poupança e do crédito, entre outros indicadores, são apontados por parlamentares do PT como sinais de que a economia brasileira está sólida, apesar do cenário internacional ainda bastante turbulento.
Nesta terça-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados da sua Pesquisa Industrial Mensal. Para tristeza das “aves de mau agouro”, como se referem alguns petistas aos porta-vozes da oposição conservadora, o estudo do IBGE aponta um crescimento de 2,9% do setor industrial em relação a dezembro de 2013.
Para o deputado Afonso Florence (PT-BA), a crise econômica internacional demanda cuidados, mas o contexto brasileiro é favorável e inspira otimismo. “A despeito dos prognósticos catastróficos da oposição e de alguns articulistas de mercado que buscam sempre construir uma expectativa muito negativa, o governo adotou uma série medidas importantes – tanto na política macroeconômica quanto na política industrial – que nos levaram a iniciar 2014 com um cenário bastante positivo, embora sejam necessários cuidados porque persistem variáveis decorrentes da crise mundial”, avalia Florence.
“Estamos mantendo o nível de emprego, o poder aquisitivo das famílias está aumentando, o crédito e o estímulo ao setor produtivo estão em expansão, o PIB surpreendeu até a ‘torcida contrária’ e a vida do povo brasileiro continua a melhorar. Por isso estamos otimistas”, acrescentou Florence, citando a evolução do crédito de R$ 380 bilhões para R$ 2,7 trilhões, de 24% para 56,5% do PIB.
Já o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, de 2,3%, coloca o Brasil atrás apenas da China (7,7%) e da Coreia do Sul (2,8%) entre as grandes economias que já divulgaram o indicador. Índia e Rússia ainda não informaram o dado, enquanto Alemanha, França, Reino Unido, EUA, México, Japão e África do Sul tiveram crescimento menor do que o brasileiro. Itália, Espanha e a zona do euro tiveram retração do PIB em 2013.
A deputada Margarida Salomão (PT-MG) destaca que o crescimento brasileiro, além de positivo, é sustentável. “Dentro da conjuntura internacional, de baixo crescimento, o Brasil teve o terceiro maior do mundo. As escolhas feitas pelos governos Lula e Dilma estão assegurando um crescimento considerável e, mais do que isso, um crescimento sustentável, pois não vem com endividamento, mas com poupança, já que chegamos ao 24º mês consecutivo com uma liquidez extraordinária e ainda com diminuição da inadimplência”, disse a parlamentar.
Margarida se referiu ao valor dos depósitos em poupança de fevereiro, que superam os saques em R$ 1,8 bilhão e acumulam, nos últimos 24 meses, R$ 124,8 bilhões de liquidez. Já a inadimplência do consumidor caiu 2% em 2013.
Na opinião do deputado José Guimarães (PT-CE), o baixo desemprego e o controle da inflação – que ficou dentro da meta do governo pelo décimo ano consecutivo em 2013 – são os dois elementos fundamentais que sintetizam o reconhecimento da condução correta da economia por parte da população. “O que importa para o cidadão comum é que ele não tem inflação alta e que vivemos hoje uma situação inédita na nossa história na área do trabalho, de praticamente pleno emprego”, afirma Guimarães.
Segundo Guimarães, essa situação é resultado da mudança de visão política ocorrida com a chegada do PT ao governo federal. “Graças às políticas anticíclicas implementadas pelo ex-presidente Lula e pela presidenta Dilma, o Brasil hoje colhe frutos positivos e consegue sobreviver bem a esse desmantelo econômico pelo qual vêm passando especialmente a União Europeia, mas que também atingiu os Estados Unidos”, lembra o parlamentar cearense.
“A indústria está voltando a crescer e tudo indica que ela puxará o crescimento econômico este ano. Some a isto a poupança, que todo ano vem crescendo, assim como o investimento externo. Não é qualquer país que tem uma poupança de mais de 120 bilhões de reais acumulados nos últimos dez anos. Não é qualquer país que pode gozar desse extraordinário momento que estamos vivendo”, comemora Guimarães.
Modelo – Para Margarida Salomão, o discurso conservador sobre o modelo de crescimento baseado no consumo é frágil e equivocado. A afirmação de que o crescimento baseado no consumo se esgotou vale para os países desenvolvidos, em que houve uma explosão de dívidas, desde os pequenos agentes econômicos até os grandes especuladores. O nosso crescimento tem ocorrido com poupança e diminuição da inadimplência. E o nosso volume de divisas internacionais foi multiplicado dez vezes em relação a 2002 e hoje corresponde dezoito meses das nossas importações”, argumenta a deputada.
Margarida também criticou duramente a grande mídia pelas recorrentes tentativas de criar um cenário de pessimismo. “Como a mídia conservadora alimenta expectativas tão nefastas, pois torce contra o País, ela se surpreende a todo momento, como ocorreu com o crescimento de 2,9% da indústria em janeiro. A má vontade dessa mídia chega a irritar aquelas pessoas que desejam ler um jornal com o mínimo de racionalidade”, declarou a deputada.
“É lamentável que esse setor, desencantado com a sua própria expressão política, venha criar um clima de opinião irracional, deficiente do ponto de vista intelectual e que é uma lástima do ponto de vista patriótico”, finaliza Margarida.
Rogério Tomaz Jr.