Parlamentares da Bancada do PT e de outros partidos na Câmara deverão protocolar, nesta semana, uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária. Na semana passada repercutiu na internet um vídeo gravado em 2013, em que o deputado do Partido Progressista faz declarações preconceituosas em relação a gays, índios e quilombolas.
Deputados da bancada do PT manifestaram indignação e condenaram a atitude do deputado Luis Carlos Heinze e vão cobrar que ele seja interpelado pelas declarações. O deputado Dr. Rosinha (PT-PR)afirmou que Heinze demonstrou preconceito e racismo. “Não podemos permitir esse tipo de postura por parte de um parlamentar federal. Ao dizer que índios, quilombolas e gays são as piores pessoas que existem na sociedade o deputado Luis Carlos Heinze está incitando a violência”. Para Dr. Rosinha, a postura do deputado Heinze é inconcebível com o mandato parlamentar.
“Condeno este tipo de postura e a Câmara, como instituição, deveria se manifestar. E mais, esta Casa deveria pedir uma retratação do deputado que, caso não faça, poderá sofrer todos os processos legais cabíveis”, disse o petista Dr. Rosinha.
A deputada Erika Kokay (PT-DF), presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos afirmou que as declarações de Heinze “são criminosas”. “Não é possível permitir um discurso que incita o ódio. Uma manifestação como essa vai contar com uma discussão, porque vamos buscar todas as formas necessárias para que isso não seja naturalizado”, disse. Erika Kokay informou ainda que a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos reúne-se nesta terça-feira (18), às 17h30, no plenário 14 e deve definir procedimentos para o caso.
O deputado Marcon (PT-RS) classificou as declarações de Luis Carlos Heinze como “ideologia truculenta” e falta de decoro parlamentar. “É triste ver um representante desta Casa mobilizar uma turma no meio rural para se armar para matar índio, negro, quilombola, homossexual, travesti e assim por diante. Isso é falta de decoro parlamentar e incitação à violência porque manda a população se armar para matar sem-terra, matar índio, negro e as minorias”, disse.
O deputado Valmir Assunção (PT-BA) também lamentou as declarações preconceituosas de Heinze. “Um deputado federal não pode se prestar a esse serviço, chama os agricultores para enfrentar, despejar, tirar, se utilizarem de todos os meios contra sem terra, índio, quilombola. Isso não pode existir no nosso País. Os parlamentares têm que dar exemplo”, frisou.
Gizele Benitz
Foto: Agência Câmara
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