O Líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG), protocolou no ministério das Comunicações um Pedido de Informações, baseado na Lei de Acesso a Informações Públicas (LAI – Lei 12.527/2011), para obter do titular da pasta, Fábio Faria, explicações sobre o encontro dele com o foragido da justiça, Allan dos Santos – blogueiro condenado a prisão por disseminar “fake news” e atacar o STF – em um evento na Flórida (EUA), no último dia 7 de janeiro. Entre outras indagações, o petista pergunta se a participação dele no evento ao lado de Allan dos Santos foi representando o governo Bolsonaro e se a viagem foi custeada com recursos públicos.
Além dessas informações, o petista também indagou se, no caso afirmativo da viagem ao Estados Unidos ter sido oficial, qual agenda de compromissos foi aprovada pela presidência da República para a visita. Nesse caso, Reginaldo Lopes também pergunta qual seria a relação das atividades do ministério das Comunicações com o evento, uma conferência evangélica da igreja Lagoinha Orlando Church.
Em relação ao blogueiro Allan dos Santos, dono do extinto Canal Terça Livre, o líder petista indagou ainda a razão para o encontro com um foragido da Polícia Federal há mais de dois meses, e se o ministro tinha conhecimento do mandado de prisão contra o blogueiro expedido pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, aberto desde outubro de 2021.
Na justificativa do Pedido de Informações, o líder do PT também rebateu o argumento apresentado pelo ministro após o encontro com Allan dos Santos ter sido divulgado pela imprensa. Fábio Faria declarou que não teve conhecimento prévio da participação do foragido da justiça no evento e, se tivesse, não teria comparecido.
O petista afirmou que, segundo informações divulgadas pela imprensa, em nenhum momento o ministro aparentou “qualquer preocupação ou desconforto durante o encontro” e “optou por livre e espontânea vontade socializar e interagir com o senhor Allan dos Santos”.
“Dessa forma, é perfeitamente válido salientar que causa perplexidade o fato de uma autoridade brasileira como um Ministro de Estado encontrar-se em outro país com um foragido da polícia brasileira, e principalmente sequer esboçar qualquer reação ética diante da esdrúxula situação, mantendo uma argumentação alheia à gravidade dos fatos”, destacou Reginaldo Lopes no pedido.
Héber Carvalho