O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) protocolou junto à Mesa Diretora da Câmara requerimento de informação para obter esclarecimentos do Ministério da Saúde sobre as providências que vem sendo adotadas pelo órgão para impedir ataques hackers, como o que ocorreu na madrugada do última sexta-feira (10). Na ocasião, os sites do Ministério da Saúde e do ConectSUS saíram do ar, e usuários do sistema ficaram impossibilitados de acessarem dados como os da vacinação contra a Covid-19, por exemplo.
O parlamentar petista, que foi ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff, lembrou no requerimento que esse não é o primeiro caso de vazamento de dados do ministério. Ele informou que, em novembro de 2020, pediu informações ao órgão sobre os motivos do vazamento – à época – de milhões de senhas de brasileiros com suspeita ou confirmação de Covid-19 expondo dados pessoais e médicos na internet.
Refazendo as indagações, Padilha pediu esclarecimentos sobre quais “mudanças foram realizadas por este ministério, nas equipes do DataSUS e da Secretaria de Vigilância em Saúde, para aumento da proteção e segurança de rede desde os primeiros vazamentos de dados de usuários? ”.
A quem interessa os vazamentos?
Com relação ao investimento em proteção de dados, Padilha fez ainda outros questionamentos ao ministério da Saúde. “Qual o orçamento proposto e qual a execução orçamentária (com as respectivas notas e datas de empenho e pagamento) destinado neste ministério em segurança de rede; para proteção e atendimento às vítimas de vazamentos; bem como na contratação e concurso público de técnicos nesta área em 2019, 2020 e 2021?”, perguntou.
Sobre o mais recente ataque hacker, o parlamentar petista lembrou que o fato ocorreu “Na semana que estados e municípios discutem passaporte vacinal e aprova-se nossa Lei de Proteção de Dados para quem vive com HIV/AIDS”. “A quem interessa esse vazamento? Quanto de investimento de segurança digital do Ministério da Saúde foi reduzido por Bolsonaro nestes anos? ”, questionou.
Ele relembrou ainda que este é o segundo ataque grave ao banco de dados do Ministério da Saúde no governo Bolsonaro. “O primeiro adulterou o cartão SUS de cidadãos com opiniões contrárias ao governo. Agora todos os dados de vacinas e atendimentos no SUS”, atestou.
Héber Carvalho