O líder do PT na Câmara, deputado Bohn Gass (RS), fez duras críticas ao governo Bolsonaro, em plenário, na manhã desta quinta-feira (9). Na sua avaliação, o presidente de ultradireita não está preocupado com o povo brasileiro. “Ele está preocupado é com a sua reeleição e apenas isso”, afirmou, ao se referir à notícia que está nos jornais de hoje, de que a segunda parcela do Auxílio Brasil começa a ser paga e o benefício não vai chegar aos 17 milhões de pessoas, como foi prometido pelo governo.
Bohn Gass relembrou que as milhares de famílias que vão ficar sem o Auxílio Emergencial são famílias que estão na pobreza, recorrendo à fila do osso para ter um gostinho de carne, sofrendo com desemprego. “E a base do governo veio aqui dizer que, ao extinguir o Bolsa Família, essas pessoas teriam o Auxílio Brasil e que os 14,6 milhões de pessoas beneficiadas pelo programa subiriam para 17 milhões, porque o auxílio atenderia todos que estavam nas filas, mas a realidade é outra bem diferente”, criticou.
“Como é que ficarão essas pessoas que foram excluídas?”, indagou o deputado, ao acrescentar que elas ficarão como aquela criança que pediu na cartinha para o Papai Noel não um presente, uma bicicleta, um tênis ou qualquer outra coisa, mas um pedacinho de carne.
O líder destacou ainda que a Câmara aprovou a possibilidade de incluir 20 milhões de famílias que estão na extrema pobreza no Brasil no programa, mas frisou que, mesmo assim, vai chegar o Natal e o final do ano com milhões de pessoas sem apoio social do governo.
Bohn Gass citou a medida provisória (MP 1076/21), recém editada pelo governo, que define para dezembro — e apenas para dezembro —, o benefício no valor de R$ 400. “O auxílio de R$ 400 está assegurado apenas para dezembro. E em vez de os beneficiários serem 17 milhões de pessoas, serão apenas 14,6 milhões — não 17, nem 20, muito menos 39 que estavam recebendo o Bolsa Família. O Bolsonaro deixou muitos de fora”, protestou.
O deputado defendeu a imediata instalação da comissão mista para analisar a MP 1076, “porque nós precisamos debater a emenda que nós apresentamos, que o auxílio não pode ser só para o período eleitoral, como quer o Bolsonaro”. A emenda da Bancada do PT, explicou o líder, é para que haja um auxílio permanente de R$ 600. “Mas ele (Bolsonaro) está colocando na medida provisória que será pago somente em 2022. Então, o programa de assistência social dele fecha com a urna. E não pode fechar com a urna, não pode ser só eleitoreiro e deixar milhões de pessoas sem receber o benefício”, argumentou.
Vânia Rodrigues