A popularidade de Jair Bolsonaro nunca esteve tão baixa com os brasileiros, que têm na situação da economia sua maior preocupação, mostra pesquisa do instituto Atlas/Intel, publicado nesta segunda-feira (29), pelos jornais El País e Valor Econômico.
Segundo o levantamento, apenas 19% da população classificam a gestão do ex-capitão como boa ou ótima, enquanto 59,7% a consideram ruim ou péssima. Nos últimos seis meses, entre maio e novembro, a avaliação positiva despencou 12 pontos percentuais, indo de 31% para o atual índice, que é o mais baixo já registrado pelo atual governo (veja gráfico abaixo).
Quando são oferecidas apenas duas opções aos entrevistados – dizer se aprovam ou desaprovam o governo Bolsonaro -, a rejeição é ainda maior: 65,3% dizem desaprovar, contra só 29,3% que afirmam aprovar.
A desastrosa gestão econômica de Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, é rejeitada pela população. Juntos, os temas pobreza e desigualdade social, inflação, impostos, desemprego e crescimento econômico são citados por 59% dos entrevistados como o maior problema do Brasil atualmente. “Essa é uma preocupação que penetra todos os segmentos da sociedade”, diz o cientista político Andrei Roman, CEO do AtlasIntel. Segundo ele, o levantamento desmente o mito de que a popularidade de Bolsonaro não ficaria abaixo de 30%.
Repercussão no Congresso
Parlamentares da Bancada do PT na Câmara repercutiram em suas contas no Twitter o recorde negativo de popularidade do presidente Jair Bolsonaro. Segundo os petistas, os números da pesquisa refletem a incompetência do atual governo em resolver os problemas do País.
Para o deputado José Guimarães (PT-CE), “a verdade é que o povo não aguenta mais Bolsonaro”. “Por onde passo as pessoas me falam que estão contando os segundos para ver o Brasil livre deste atraso. Ele e seu clã não enganam mais ninguém, pois o povo sente que a vida piorou muito nos últimos anos. Basta ir ao supermercado, tudo está mais caro!”, afirmou.
A verdade é que o povo não aguenta mais Bolsonaro. Por onde passo as pessoas me falam que estão contando os segundos para ver o Brasil livre deste atraso. #ForaBolsonaro pic.twitter.com/0Q460tsl5K
— José Guimarães (@guimaraes13PT) November 29, 2021
O deputado Célio Moura (PT-TO) disse que “as pessoas não suportam mais o desgoverno corrupto, que despreza a vida e debocha da morte, que favorece seus aliados criminosos e persegue inocentes”. “Desemprego, fome, miséria e mentiras. Basta, o povo brasileiro está farto disso!”, ressaltou.
Ao também afirmar que “o povo não aguenta mais o desemprego, a fome e a carestia”, o deputado Helder Salomão (PT-ES) apontou qual é a saída para dias melhores no País. “Tá tudo caro! Traz de volta o Lula e manda embora o Bolsonaro! ”, disse.
Também comentaram a queda da popularidade de Bolsonaro o líder do PT na Câmara, deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS), além dos parlamentares Paulo Pimenta (RS), Maria do Rosário (RS), Enio Verri (PR), Afonso Florence (BA), Rubens Otoni (GO), Henrique Fontana (RS), Carlos Zarattini (SP), Carlos Veras (PE) e Zeca Dirceu (PR).
Pesquisa que mostra rejeição ao Bolso já chegou a 60%. E que o ótimo/bom (19%) já está abaixo do regular (20%). A Pesquisa é da Atlas e está no @valoreconomico.
— Bohn Gass (@BohnGass) November 29, 2021
Para o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PT-PA), o estudo mostra que o povo não engole mais as fake news de Bolsonaro, que tenta vender um Brasil que não existe. “O governo Bolsonaro cai todo dia. Ele fala de um Brasil que não existe, cheio de fake news, mas a realidade do BolsoCARO bate na porta do trabalhador”, afirmou Rocha pelo Twitter.
Avaliação positiva de Lula sobe
Ao mesmo tempo em que vê sua popularidade afundar à medida em que sua incompetência faz o povo brasileiro sofrer com fome, inflação e desemprego, Bolsonaro é obrigado a ver a avaliação positiva do presidente Lula subir. O petista é a figura pública mais bem avaliada no levantamento, com 48% dos brasileiros afirmando ter uma imagem positiva dele. O índice é 2 pontos percentuais mais alto que o observado em setembro e 18 pontos percentuais maior que a do ex-juiz Sergio Moro, já considerado suspeito e parcial pelo Supremo Tribunal Federal ao julgar Lula.
O levantamento ouviu 4.921 pessoas de forma on-line, via convites randomizados, entre os dias 23 e 26 de novembro. A margem de erro é de 1 ponto percentual, para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%.
PT na Câmara, com Agência PT de Notícias