O líder da bancada do PT na Câmara, Elvino Bohn Gass (RS), e os deputados Nilto Tatto (PT-SP) e Alencar Santana Braga (PT-SP) protocolaram representação na Procuradoria Regional da República do Distrito Federal contra o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e o presidente do Ibama, Eduardo Bim, pelo avanço de mais de 300 balsas de garimpo ilegal no rio Madeira.
As centenas de balsas de garimpeiros tomaram conta do rio, em Autazes, a 113 quilômetros de Manaus, sem nenhuma ação coercitiva do governo federal. A ocupação começou há cerca de 15 dias. “O que se vê acontecendo hoje no rio Madeira é um fato extremamente preocupante. O garimpo ilegal é causador de danos irreparáveis, que não pode admitir a omissão por parte dos órgãos responsáveis ou quaisquer entidades envolvidas”, afirmam os deputados.
No documento, os petistas pedem que a Procuradoria instaure inquérito civil visando a propositura de ação por improbidade administrativa. “Não se pode admitir que esteja havendo uma exploração ilegal de ouro no rio Madeira há 15 dias e nenhuma medida de contenção tenha sido tomada (…) a inércia diante do garimpo ilegal é tão ultrajante quanto a permissividade dos crimes ambientais que nossas florestas (flora e fauna) sofrem constantemente pela ausência de políticas de proteção ao meio ambiente”, denunciam os três parlamentares.
De acordo com Danicley Aguiar, ativista do Greenpeace, mais de 300 balsas estavam no rio, sem licença ambiental para mineração. Os garimpeiros estão descendo o rio Madeira em busca de ouro há pelo menos quatro meses, como mostram imagens de satélite tiradas em julho, gravadas pelos próprios garimpeiros em Borba, a 300 quilômetros de Manaus, e postadas em uma rede social. O governo federal simplesmente ignorou a movimentação ilegal.
Lorena Vale