Os deputados do PT, Paulo Teixeira (SP) e Rui Falcão (SP) enviaram ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) uma reclamação disciplinar para que seja apurada a conduta dos procuradores da República Deltan Dallagnol e Athayde Costa. “Essa denúncia tem que ser julgada. Segundo reportagem do DCM (Diário do Centro do Mundo), baseada em mensagens analisadas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Spoofing, os procuradores da extinta Operação Lava Jato, do Ministério Público Federal no Paraná, propuseram cláusulas extras, criaram uma nova versão e negociaram os termos da delação premiada do ex-executivo da Petrobras Pedro Barusco, para incluir o PT, na delação, por fins políticos.
É inadmissível que uma possibilidade de fraude praticada por membro do Ministério Público fique impune”, afirmou o deputado Paulo Teixeira.
Na reclamação ao CNMP, os parlamentares petistas dizem que há indícios de faltas disciplinares por parte dos procuradores da Lava Jato e extrapolação dos deveres funcionais. “O conteúdo da matéria jornalística é estarrecedor e, caso seja confirmado por este Conselho Nacional do Ministério Público, deve inevitavelmente levar à responsabilização dos procuradores da República”.
Os deputados petistas pedem a instauração de um processo administrativo para apurar possíveis infrações cometidas pelos procuradores. E que, caso sejam confirmadas, seja aplicada a pena – que pode variar entre advertência, censura, suspensão, demissão e cassação de aposentadoria ou de disponibilidade.
Diálogo
No suposto diálogo entre Dallagnol e Costa em janeiro de 2015, Dallagnol menciona o “custo político de atacar PP e não PT”, ao que Athayde pergunta: “Será que conseguimos ajustar o acordo do Barusco também?”. Dallagnol, então, diz acreditar que sim. “Se ele não receber nenhuma punição com que se importe de verdade (… ) E podemos ajustar na área criminal, equilibrando”. “Redige algo que precise, [na delação] do PRC e do Barusco”, diz Dallagnol ao colega do MPF.
Leia a íntegra da ação:
Representação – CNMP – Rui Falcão – Delações (1)
Lorena Vale, com agencias