Em discurso no plenário da Câmara Federal nessa quarta-feira (15), o deputado Zé Ricardo (PT-AM) destacou a Campanha “Setembro Amarelo”, no mês de combate ao suicídio. Uma importante ação como muitas que, segundo ele, não são levadas a sério pelos governos federal, estaduais ou pelas Prefeituras. Por isso, cobrou políticas públicas efetivas, com campanhas de prevenção permanentes para evitar milhares de mortes no Brasil e no Amazonas, além de mais investimentos nas escolas, com a contratação de psicólogos.
O suicídio continua sendo uma das principais causas de morte em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em publicação deste ano. Em 2019, mais de 700 mil pessoas tiraram suas próprias vidas. E destaca que essas mortes são maiores até do que por HIV, malária ou câncer de mama ou até por guerras e homicídios. No Brasil, entre 2014 e 2019, o número de suicídios aumentou em 28%, passando de 9,7 mil para 12,4 mil. Já no Amazonas, de acordo com a Secretaria de Segurança Púbica (SSP), 124 pessoas se suicidaram em 2019, e somente no primeiro semestre de 2020, o número já passava de 60. E em Manaus, no ano de 2020, foram registradas 119 mortes por essa causa, com um aumento de 13,3% em relação ao ano de 2019, com 105 mortes. E, de janeiro a abril deste ano, 46 casos foram registrados.
“Ao todo, o Amazonas contabilizou 349 casos de suicídio nos últimos três anos (de 2019 a 2021), somando ainda as 79 mortes no interior do estado. E a maioria das mortes foi de homens jovens. É preciso ações efetivas urgentes do poder público, federal, estadual e municipal, começando pelas escolas, com a contratação de psicólogos e até de assistentes sociais, para tratar essa situação como caso de saúde pública”, declarou Zé Ricardo. O deputado é autor de propostas na Câmara Federal que visa garantir mais psicólogos nas escolas. O parlamentar ainda apoiou emenda à Constituição do Amazonas, de autoria do deputado Luiz Castro, para garantir psicólogos e assistentes sociais nas escolas do estado.
Saúde pública
Ele ainda lembrou que, em pleno Setembro Amarelo, aconteceram ameaças de violência e suicídio em escolas no Amazonas. Estudantes que teriam sofrido bullying e que avisaram nas redes sociais que iriam tirar suas vidas e de outros também. “É uma questão não somente de polícia, mas de saúde pública. Estudos apontam que em mais de 90% dos pacientes que se suicidaram havia uma doença mental relacionada e que, na grande maioria dos casos, o diagnóstico associado era de depressão. Enquanto isso, vemos o Governo Federal cortando recursos na saúde, principalmente, da saúde mental. Temos que começar na escola a enfrentar esses problemas que afetam os jovens e evitar tantas mortes por suicídio”, observou.
Assessoria de Comunicação