Brasil vive atualmente uma nova fase do golpe iniciado em 2016, destaca Dilma Rousseff

A ex-presidenta Dilma Rousseff afirmou durante entrevista ao líder da Bancada do PT, deputado Elvino Bohn Gass (RS), no Programa PT na Câmara da TVPT, que as ameaças atuais à democracia por conta das ações e pronunciamentos do presidente Jair Bolsonaro, são frutos do golpe que a derrubou da Presidência da República em 2016, sem cometimento de crime ou qualquer apresentação de provas. A ex-presidenta lembrou ainda que a trama que a tirou do poder foi urdida pelos mesmos setores que apoiaram a injusta prisão do ex-presidente Lula e elegeram Bolsonaro, e que desde então tentam destruir a soberania do País e retirar direitos do povo brasileiro.

Segundo Dilma Rousseff, se pudéssemos comparar a democracia brasileira a uma árvore, “o golpe de 1964 a cortou em pedaços”. “Fecharam o Congresso, o STF, cassaram as liberdades de expressão e de imprensa. Já o golpe de 2016, está infectando a árvore por dentro, com parasitas que estão destruindo a democracia”, disse sobre a situação atual do País.

Sobre os cinco anos da votação no Senado que aprovou o afastamento de Dilma, no dia 31 de agosto de 2016, Dilma Rousseff reafirmou o que disse no histórico discurso após a aprovação do impeachment pelo Congresso. Segundo ela, o golpe não teve apenas o intuito de retirar o PT e seus aliados do poder. O objetivo também era de retirar direitos do povo brasileiro e solapar a soberania do País.

“O golpe ainda não acabou. Ele é um processo, como são todos os golpes. Começou no impeachment, mas tem sua continuidade. Não foi contra mim, mas contra o Brasil. Em quatro eleições impedimos que a agenda neoliberal retirasse os pobres do orçamento e congelasse os gastos com educação, saúde, ciência e tecnologia e habitação. Porém, tudo aquilo que interessa à população não interessa ao mercado, e por isso o pagamento de juros a agentes financeiros foi mantido”, observou Dilma Rousseff sobre a aprovação da Emenda Constitucional que congelou os gastos públicos por 20 anos (EC 95).

Durante a entrevista, a ex-presidente criticou ainda a entrega do patrimônio público nacional, como a privatização aos pedaços da Petrobras. “A Petrobras está sendo esquartejada. Isso é desnacionalizar a empresa, porque não tem capital privado nacional capaz de comprar nem uma parte da Petrobras sem injeção de dinheiro externo. Isso faz parte de um processo de desnacionalização”, acusou Dilma ao também criticar a privatização da Eletrobras e a tentativa de vender os Correios.

Veja a íntegra da entrevista:

Héber Carvalho

 

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