Por iniciativa dos deputados Enio Verri (PT-PR) e Alexandre Padilha (PT-SP), as comissões de Finanças e Tributação, e Seguridade Social e Família, respectivamente, aprovaram nesta quarta-feira (30) convites para que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esclareça sobre aquisição de vacinas e insumos para tratamento da Covid-19, e acerca das denúncias envolvendo os contratos e negociações para a aquisição da vacina indiana, Covaxin.
A audiência ocorrerá em conjunto com a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC), no próximo dia 14 de julho.
Os parlamentares aceitaram transformar o requerimento de convocação em convite, no entanto, se o ministro deixar de comparecer no dia 14 de julho, data prevista para a audiência pública, ele passará de convidado para convocado, automaticamente.
“Nós estamos vivendo hoje, um momento na saúde onde passam quinhentas mil vozes, onde você tem o Estado alegando não ter recurso nenhum, e surgem denúncias seriíssimas de desvio”, criticou o deputado Enio Verri, autor do requerimento na CFF.
Verri ainda esclareceu que a sua intenção não é de chamar o ministro “para pregá-lo na parede”. O convite, segundo o deputado, ocorre porque o povo brasileiro e a comissão precisam de esclarecimentos convincentes de Marcelo Queiroga.
“Eu não estou aqui para chamar o ministro, para pregá-lo na parede, nada disso. Mas a comissão precisa ter explicações, nós estamos falando em milhões de recursos que faltam no auxílio emergencial, que faltam para agricultura familiar, sendo desviados. Pelo menos é o que a imprensa diz, e é como a CPI do Senado identificou”, afirmou Verri.
Por acordo
A Seguridade Social e Família, por acordo, também transformou o requerimento de convocação proposto por Alexandre Padilha, em convite. O deputado justificou a iniciativa, recorrendo a trechos de matérias jornalísticas que revelam os meandros das transações para a compra da vacina Covaxin.
“Entreguei a Bolsonaro. O caso não é só de pressão. É gravíssimo: tem desvio de conduta, invoice [nota fiscal] irregular, pedido de pagamento antecipado que o contrato não previa, quantidades diferentes”, destacou Padilha, alguns trechos da entrevista do deputado Luis Miranda (DEM-DF) à CNN, sobre irregularidades nas negociações para a compra da vacina Covaxin.
“O presidente sabia que tinha crime naquilo”, continuou Luis Miranda.
Na justificativa apresentada para a realização da audiência, Padilha esclareceu, que Miranda é irmão de um servidor do Ministério da Saúde que, segundo ele, teve conhecimento dos problemas. De acordo com o parlamentar, após o encontro, Bolsonaro ficou “convencido” e se comprometeu a acionar “imediatamente” a Polícia Federal.
Benildes Rodrigues