Benedita da Silva denuncia as injustiças e desigualdades contra as mulheres

Nessa segunda-feira (8), no Dia Internacional da Mulher, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) denunciou no Plenário da Câmara dos Deputados as injustiças e as desigualdades praticadas contra as mulheres e, principalmente, as dificuldades enfrentadas em meio à pandemia da Covid-19, além de prestar homenagem a ex-presidenta Dilma Rousseff.

“Este é um dia também para denunciar. Tivemos avanços? Tivemos. Fizemos algumas coisas? Fizemos. Mas o povo brasileiro sabe perfeitamente que ele sofre neste momento, principalmente, as mulheres negras. As mulheres que estão no Executivo sofrem também, como sofreu a Dilma Rousseff. As mulheres vêm sofrendo assédio. Há sofrimento das mulheres na favela, na periferia. Há mulheres que não têm o que comer e o que dar a seus filhos. Elas não têm comida, um alimento caro. O auxílio emergencial, que é emergencial, não está chegando. Algumas que estavam recebendo esse auxílio já estão há 2 meses sem recebê-lo”, denunciou.

Benedita da Silva apontou que a maior homenagem que as mulheres podem receber nesse momento – principalmente a mulher negra, pobre e desempregada – é o auxílio emergencial de R$ 600 e fazer chegar à vacina para que todas possam se vacinar. “O Brasil já estava econômica e socialmente aprofundado na maior desigualdade. Não é o auxílio emergencial que vai prejudicar a economia do Brasil”, disse.

A parlamentar ainda lembrou que mulheres morreram queimadas por melhores condições de trabalho e agora, no Brasil, mulheres estão sendo assassinadas. “Está havendo um genocídio, não chegam vacinas, não chega o auxílio emergencial, não há emprego. Elas estão dormindo na calçada. É feminicídio, é tortura, é morte, é cárcere privado, é depressão, em criança e em adulto, é suicídio. Tudo isso está acontecendo em nosso País”.

Dilma Rousseff

“Prestamos essa homenagem no dia de hoje também a ela, uma mulher que foi golpeada, uma mulher justa, uma mulher decente, uma mulher de que todos nós conhecemos a competência e a capacidade. Ela não foi pura e simplesmente alguma coisa que caiu de algum lugar e foi colocada na Presidência da República. Ela tem um histórico, ela tem uma vida decente e ela soube como ninguém prestigiar não somente o Brasil, mas também todas nós mulheres”, disse a parlamentar. Benedita da Silva lembrou que os governos de Lula e Dilma tomaram as maiores decisões em favor das mulheres no Brasil.

Pandemia

A deputada Benedita da Silva também denunciou os retrocessos que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 186/2019), aprovada pelo Senado, vai trazer à saúde e à educação do Brasil em plena pandemia do coronavírus. “É preciso entender quais são os interesses econômicos que fazem com que a PEC 186 retire direitos dos servidores públicos, retire direitos dos trabalhadores e, principalmente, das trabalhadoras. Onde estão essas mulheres servidoras públicas? A maioria delas está na saúde e na educação. Essas mulheres são médicas e estão enfrentando a pandemia”.

A parlamentar carioca reforçou a necessidade do isolamento social para conter o vírus. “Não se trata de mimimi, muito menos de uma gripezinha. São 265 mil famílias que estão chorando, que deixaram seus sonhos para trás. Seus sonhos não foram realizados. Homens e mulheres jovens pretendiam viver. Essas pessoas que ainda estão em isolamento social — e não há condições de não estarem neste momento, porque está tendo mais contaminação — precisam do auxílio, principalmente, as mulheres que estão desempregadas e as que têm que ficar em casa para tomarem conta dos seus filhos, já que as escolas estão fechadas. Além delas, há também as professoras, que têm que ter a sua tripla jornada de trabalho, e as enfermeiras e todo o corpo de saúde. Todos eles estão sofrendo com essa política nefasta do Governo Bolsonaro”.

Bandeira da vida

Benedita deixou claro que a bandeira do PT é a vida e que ninguém tem o direito de retirar o “pão de cada dia”. “Hoje é, sim, um dia de denúncia. Hoje é, sim, o Dia Internacional da Mulher, mas é também o dia em que nós vamos dizer, em alto e bom som: “Nós queremos auxílio emergencial já! Nós queremos vacina já! Nós trabalhamos e estamos aqui defendendo uma bandeira, a bandeira da vida. Nós defendemos a vida e sabemos que Deus veio para nos dar a vida, a vida em abundância. Nenhum homem e nenhuma mulher terão o direito de retirar de nós o pão nosso de cada dia”, finalizou.

Lorena Vale

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