A população brasileira quer uma reforma política ampla e profunda. É o que revelam dados de pesquisa feita pelo Ibope, encomendada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e divulgada na terça-feira (6). Segundo o levantamento, 85% da população quer a realização de uma reforma política já. A pesquisa mostrou também que 78% dos pesquisados se posicionaram contra financiamento privado de campanha eleitoral.
Os dados apontam ainda que 80% dos entrevistados defendem um limite máximo para o financiamento público nas campanhas eleitorais. Além disso, a pesquisa demonstra o desejo da população de participar do processo de elaboração do projeto, ou seja, 92% dos pesquisados se posicionaram favorável à realização de uma reforma política a partir de um projeto de lei de iniciativa popular.
O questionamento sobre preferência em relação à eleição de deputados mostrou que a população quer mudança na forma de escolha de seus representantes no parlamento. Para 56% dos entrevistados o voto deve ser dado em duas etapas: primeiro, o eleitor vota em uma lista de propostas elaboradas pelo partido e, na sequência, nos candidatos. Outro ponto importante diz respeito à aplicação das mudanças contidas na reforma política – 84% dos pesquisados defendem que as novas regras entrem em vigor a partir de 2014.
Para o deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), representante da Bancada do PT no Grupo de Trabalho sobre a reforma política, da Câmara dos Deputados, os dados demonstram a coincidência entre o anseio popular e as propostas apresentadas e defendidas pelo PT sobre o tema.
“A pesquisa revela que o PT tem uma posição sintonizada com a opinião pública. Essa pesquisa dá uma sinalização clara, de uma maneira muito forte, pelos percentuais alcançados, de que o povo não quer mais recursos privados em campanha eleitoral. Isso é o elemento central para democratizar o processo eleitoral e eliminar suspeição da relação dos políticos com empresários”, afirmou Berzoini.
Ricardo Berzoini disse ainda que o sentimento da maioria dos entrevistados revela a necessidade da aplicação das novas normas já em 2014. Nesse sentido, o parlamentar adiantou que nada impede, caso haja entendimento das lideranças partidárias, que o plenário da Câmara aprove, por exemplo, um novo sistema de financiamento de campanha já neste mês de agosto. Com isso, explica, o Senado apreciaria a proposta em setembro e a presidenta Dilma Rousseff sancionaria em tempo hábil, para valer em 2014, ou seja, 12 meses antes das eleições, conforme prevê a Constituição.
Levantamento- A pesquisa foi feita com 1.500 pessoas entre 27 a 30 de julho. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
Leia mais: Coordenador do GT garante que reforma política será votada este ano
Reforma política vai dominar o segundo semestre no Congresso Nacional, diz Vargas