Valmir propõe taxação de propriedades rurais que atuem com desmatamento e queimadas ilegais

O desmatamento e queimada ilegais, o descumprimento do Código Florestal e a invasão de terras públicas foram as três dinâmicas que deram sustentação para o novo projeto de lei (PL 5456/2020) do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), protocolizado na Câmara neste mês de dezembro. A proposta altera a Lei nº 9.393/1996, com o objetivo de fixar caráter excepcional para a incidência do Imposto Territorial Rural (ITR) no caso de imóvel rural objeto de desmatamento e/ou queimada ilegal nos biomas Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal, praticadas tanto nas frentes de expansão da fronteira agrícola, como nas áreas de ocupação consolidada.

Na prática, o deputado Valmir Assunção propõe taxar propriedades rurais que realizam desmatamento e queimada ilegais para reduzir o ITR.

“A situação é ainda mais grave, na medida em que no Brasil, sobretudo nos biomas que apresentam maior cobertura vegetal nativa, os incêndios florestais estão diretamente associados ao desmatamento. Áreas desmatadas são bem mais vulneráveis aos incêndios do que a floresta em pé, que apenas em condições de forte degradação por grilagem, exploração madeireira e mineração ilegais sofrem incêndios em proporções trágicas. Esse quadro se agravou em 2020 com os incêndios no Pantanal e com a explosão do desmatamento, pelo segundo ano consecutivo, na Amazônia e no Cerrado”, destaca Valmir.

Foto Gustavo Bezerra/PTnaCâmara

De acordo com a proposta, o pagamento de ITR corresponderá ao valor total do imóvel até a recuperação plena dos danos ambientais. Além de Assunção, outros deputados assinam a medida, como o deputado Nilto Tatto (PT-SP).

Pautada em dados científicos, a justificativa do projeto apresenta informações relevantes sobre o desmatamento e que, apesar da maior parte da produção agrícola do Brasil ser livre desta ação, foram identificados que 2% das propriedades rurais na Amazônia e no Cerrado são responsáveis por 62% de todo o desmatamento potencialmente ilegal.

“Está claro que até mesmo para preservar os interesses comerciais do setor e do País, esse quadro de ilegalidade precisa ser enfrentado”, afirmou o deputado. Ele argumentou que a proposta responde aos fortes apelos da sociedade brasileira que está mobilizada em favor da preservação ambiental e contra a práticas predatórias do modelo agrícola dominante e a sua expansão desordenada sobre os biomas e ativos ambientais do País.

Assunção relembrou que nos governos anteriores o Brasil manteve desempenho ao assumir metas de mudanças climáticas, e que o negacionismo do governo Bolsonaro significa um retrocesso para o País. “Nos governos anteriores, o Brasil vinha desempenhando um papel estratégico no desafio de reverter a mudança do clima, justamente por ter reduzido e controlado o desmatamento. No entanto, com o negacionismo climático do governo Bolsonaro, estamos perdendo o protagonismo, além de estarmos descumprindo a meta assumida pelo Brasil em 2016 perante a Convenção do Clima das Nações Unidas, no Acordo de Paris, de zerar o desmatamento ilegal no País até 2030”, completou.

Confira a íntegra do projeto AQUI

 

Assessoria Parlamentar

 

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