A edição do último sábado (8) do Jornal Nacional incluiu um duro editorial que condena a postura do governo Bolsonaro diante da pandemia do coronavírus. O texto lido por William Bonner e Renata Vasconcellos lembrou que o direito à saúde está previsto na Constituição. E a Carta Magna também ressalta que é obrigação do Estado garantir a realização desse direito.
O deputado Alencar Santana Braga (PT-SP), em seu Twitter, destacou o acerto do editorial, mas criticou diversos aspectos relacionados à contribuição da Rede Globo para que o Brasil chegasse à situação atual.
“O editorial do Jornal Nacional sobre os 100 mil mortos do coronavírus acertou no tom e no alvo. Porém, [está] atrasado em muitos anos em relação a Bolsonaro, que foi eleito presidente graças ao ódio disseminado pelos veículos da Rede Globo contra Lula e o PT”, escreveu o parlamentar.
Alencar recordou que Bolsonaro “passou quase 30 anos na Câmara agredindo parlamentares” como Maria do Rosário (PT-RS), Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) e Jean Wyllys (PSol-RJ) e “atacando a democracia com atos criminosos aviltantes para os quais o Jornal Nacional NUNCA fez um editorial”.
“Projeto Moro”
Além disso, Alencar apontou a incoerência do telejornal ao mencionar Sérgio Moro entre personalidades que se manifestaram sobre os 100 mil mortos por coronavírus, marca que o Brasil alcançou sábado (8).
“E na mesma edição em que criticou duramente Jair Bolsonaro pela sua inépcia, a Rede Globo confirmou a fábula do escorpião e teve o despudor de citar ninguém menos que Sérgio Moro, aquele que é o MAIOR responsável pela vitória de Bolsonaro, graças à ação da máfia chamada Lava Jato”, apontou o deputado paulista.
“O editorial do JN apenas confirma aquilo que é denunciado há décadas: a Rede Globo usa uma concessão pública para fazer política partidária. Quando convém ao seu projeto – hoje, eleger Sérgio Moro em 2022; ontem, excluir Lula da eleição – ela vai pra cima com tudo”, continuou o parlamentar.
Desculpas
Na sequência de tweets, o deputado questionou quando a emissora do Jardim Botânico assumirá o erro de ter apoiado as irregularidades da operação Lava Jato, tal como fez com o apoio ao Golpe de 1964.
“A Rede Globo da família Marinho levou 49 anos para pedir desculpas pelo apoio ao Golpe de 1964. Bolsonaro é fruto desse golpe. Só cresceu na política porque o Brasil nunca conseguiu julgar – graças à campanha contrária de grupos como a Globo – os criminosos daquele regime. Quanto tempo vai levar para que a Rede Globo peça desculpas pelo apoio à ação mafiosa da #LavaJato – chefiada por Sérgio Moro & Deltan Dallagnol e a serviço dos intere$$es dos EUA – que tirou Lula da eleição de 2018? Esse é o editorial que o Brasil espera ver o Bonner lendo”, cobrou Alencar.
A cobrança se estendeu ao tema do Sistema Único de Saúde (SUS), algo praticamente impossível de se ver nos Globo, por conta dos seus interesses econômicos.
“Por fim, que a Rede Globo – porta-voz da agenda neoliberal no Bandeira do Brasil – seja coerente com o editorial de ontem e defenda o Sistema Único de Saúde (SUS) não apenas diante de uma pandemia, mas de forma permanente. Saúde pública de qualidade é direito da sociedade e dever do Estado!”, concluiu Alencar.
Assessoria de Comunicação