Parlamentares da Bancada do PT na Câmara reagiram com desconfiança à nomeação do novo ministro da Educação, anunciado na tarde desta quinta-feira (25), pelo presidente Bolsonaro em suas redes sociais. O terceiro ministro da pasta em pouco mais de um ano e meio de governo é Carlos Alberto Decotelli da Silva, economista e professor da Fundação Getúlio Vargas, e ex-presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), quando trabalhou com o então ministro ‘olavista’ da Educação Ricardo Vélez Rodríguez.
Na área acadêmica, o novo ministro criou o curso MBA Finanças no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC), junto ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Decotelli vai substituir o antigo titular da pasta, o também ‘olavista’ Abraham Weintraub, que fugiu para os Estados Unidos após pedir demissão e ser indicado pelo governo brasileiro para uma diretoria do Banco Mundial.
Para a deputada Margarida Salomão (PT-MG), que preside a Frente parlamentar em Defesa das Universidades Federais, é lamentável que mais uma vez tenha sido escolhido para o cargo alguém que não é especialista na área da educação.
“Uma pessoa escolhida pelo presidente Bolsonaro não é alguém em que posso ter grandes expectativas. Sobre o novo ministro, só sei que foi presidente do FNDE durante a gestão do então ministro Velez durante poucos meses, e nesse período conturbado parece que não teve muito o que apresentar. Lamento, que com tantas pessoas qualificadas no País, mais uma vez, tenha sido escolhido uma pessoa que não é especialista na área da educação, mas sim alguém da área de finanças, da economia”, disse.
Já a deputada Professora Rosa Neide (PT-MT), presidenta da Frente Parlamentar em Defesa da Escola Pública e em Respeito ao Profissional da Educação, observou que também não conhece o novo ministro, mas espera que ele tenha mais respeito à ciência e à educação brasileira do que os ministros anteriores de Bolsonaro.
“É desconhecido, embora tenha sido presidente do FNDE. Espero que seja uma pessoa equilibrada, que respeite a ciência e a história da educação brasileira. Porém, vou esperar as primeiras ações dele para poder defini-lo melhor”, avisou.
Por sua vez, o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), membro da Comissão de Educação da Câmara, lamentou que a pasta da educação, assim como várias outras do governo Bolsonaro, não contem com gestores especialistas na função.
“Nada melhor que um economista para cuidar da educação, um militar para cuidar da saúde, um astronauta para cuidar da tecnologia, um ruralista para cuidar do meio ambiente, e um incompetente para ser presidente de um País”, ironizou.
Leia outras manifestações de parlamentares petistas no Twitter sobre a nomeação do novo ministro da Educação:
Rubens Otoni (PT-GO) – “E aí Carlos Alberto Decotelli? Que tal um Fundeb permanente, pra garantir educação pública, gratuita e de qualidade para milhões de crianças, adolescentes, jovens e adultos do nosso país?”.
Erika Kokay (PT-DF) – “Bolsonaro anunciou hoje o novo ministro da Educação que vai substituir o Weintraub, que fugiu para os EUA. No governo Bolsonaro, o MEC não teve ministro. Teve apenas militantes bolsonaristas e terraplanistas”.
José Guimarães (PT-CE), líder da Minoria na Câmara – “Um economista para comandar a educação diz muito sobre o que é a educação no Governo Bolsonaro. Uma mercadoria! Como se o saber fosse um produto à venda e não um valor humano”.
Maria do Rosário (PT-RS) – “Parece q anunciaram um ministro da educação da área econômica. Será que esse sabe que existe PNE?”.
Héber Carvalho