O vice-líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Rogério Correia (MG), elogiou hoje (15) a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de determinar a prisão da extremista de direita Sara Fernanda Giromini, que adotou o pseudônimo Sara Winter, e de outras cinco pessoas investigadas por exercerem atos antidemocráticos. “Uma decisão extremamente importante para conter a ação da organização paramilitar e fascista chamada 300 do Brasil”, afirmou o parlamentar.
Giromini é chefe do grupo 300 do Brasil, de apoio ao presidente de extrema direita Jair Bolsonaro. Nas últimas semanas, o bando tem praticado ameaças contra as instituições democráticas. A ação mais grave ocorreu na noite do último sábado (13), quando foram jogados fogos de artifício contra o prédio do STF. Segundo investigação em curso, os membros do bando são suspeitos de organizar e captar recursos para atos antidemocráticos e de crimes contra a Lei de Segurança Nacional.
Ku Klux Klan
O grupo fascista já havia sido denunciado pela Bancada do PT na Câmara em manifestação enviada dia 1º ao ministro Alexandre de Moraes. No documento, de iniciativa de Rogério Correia e endossado por toda a bancada petista, os parlamentares cobraram a investigação e a adoção de medidas preventivas cabíveis e punitivas aos organizadores do movimento “300 do Brasil”.
A ação foi suscitada por manifestação feita na noite entre os dias 30 e 31 de maio, em frente ao STF, com tochas e gritos pedindo o fechamento da Suprema Corte e ofensas aos ministros que a integram.
Na manifestação, conforme lembrou Rogério Correia, a Bancada denunciou que o ato fazia alusão às práticas racistas da organização supremacista branca norte-americana Ku Klux Klan (KKK) , notória perseguidora de negros e minorias dos Estados Unidos, com ataques às instituições democráticas e clara sabotagem aos Poderes da União, ao Estado Democrático de Direito e ao enfrentamento à pandemia de coronavírus. Segundo Correia, o fato de se inspirarem na KKK é gravíssimo. “Ações contra a democracia e culto ao nazismo e racismo são crimes”, afirmou.
Bolsonaro também foi arrolado na petição, já que se encontrou com o grupo neofascista no domingo (31).
Organização criminosa
A Bancada do PT solicitou na ocasião a Alexandre de Moraes que a denúncia fosse incorporada ao inquérito 4828/DF, que investiga a efetiva participação e as responsabilidades de Bolsonaro no apoio e participação de atos contra o sistema democrático brasileiro. Assim, a bancada acionou o STF para investigar tanto os atos antidemocracia do autodenominado “300 do Brasil” como do presidente da República. Foi a segunda vez que a Bancada denunciou o grupo ao STF. No dia 7 de maio, a Bancada do PT também havia acionado o STF para que apurasse a participação e as eventuais responsabilidades de Bolsonaro no apoio e participação dos atos contra o sistema democrático brasileiro. Essa mesma ação denunciou o grupo “300 do Brasil”, no âmbito do Inquérito 4828/DF.
Para a Bancada, o grupo neofascista tem cometido diferentes ilegalidades contra setores da imprensa e da política brasileira, além de supostos crimes contra o Estado Democrático de Direito e da Lei de Segurança Nacional, inclusive em relação a possível financiamento de seus atos.
“Neste momento, dar menor importância ou retardar medidas firmes que coíbam os crescentes atos neofascistas, poderá nos levar a uma situação insustentável e lamentável, como vem ocorrendo nos EUA”, dizia um trecho da petição do PT, citando as manifestações que eclodiram nos EUA por conta do assassinato de um homem negro por um policial branco.
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