Especialistas defenderam nesta quinta-feira (6) mais investimentos em modernas tecnologias para evitar o caos no trânsito e a expansão do sistema de transporte público para melhorar a qualidade de vida nas grandes cidades. As declarações ocorreram durante o Seminário Internacional Cidades Inteligentes, Cidades do Futuro, realizada pela Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara. O debate foi coordenado pelo segundo vice-presidente do colegiado, deputado Rubens Otoni (PT-GO).
Na reunião, a Diretora do Departamento de Regulação e Gestão da Secretaria Nacional de Transporte e de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Isabel Sales de Melo Lins, destacou os investimentos feitos pelo governo federal no setor. “O governo aposta na aplicação da Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei 12.587/12), e no aporte de recursos públicos, como indutores do desenvolvimento e de solução dos problemas ligados à mobilidade urbana”, afirmou.
A Lei da Mobilidade Urbana, sancionada no ano passado pela presidenta Dilma Rousseff, tem como objetivo integrar os diferentes modos de transporte e melhorar a acessibilidade e mobilidade das pessoas e cargas no território dos municípios. Em relação aos investimentos no setor, a representante do Ministério das Cidades disse que a cifra deve chegar a R$ 60 bilhões. Faz parte desse contexto as obras para a Copa de 2014, e do PAC das Grandes e Médias Cidades.
Ao concordar que um dos principais desafios das cidades está ligado à mobilidade urbana, o coordenador do assunto no Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), Renato Boareto, elogiou os investimentos realizados pelo governo, mas também cobrou solução para os problemas ambientais. “O País precisa atentar para questões como o uso de combustíveis mais limpos, e incentivos à produção e consumo de carros híbridos e elétricos”, alertou.
Ainda de acordo com Boareto, apesar de importante, a preocupação com a emissão de gases poluentes não pode ser a única preocupação. “Senão corremos o risco de termos o eco-congestionamento, com veículos ambientalmente corretos, mas sem capacidade de trafegar”, questionou. Para ele, esse problema pode ser superado com investimentos maciços em transporte público de massa, como corredores exclusivos de ônibus, e com novas linhas de metrô e de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT).
Também participaram do seminário, vários outros especialistas do Brasil, Estados Unidos, Finlândia e Portugal.
Héber Carvalho