Coronavírus: cabe à União garantir o fluxo da economia

A disseminação do coronavírus pelo país tem que ser encarada com seriedade e responsabilidade social. É inconcebível que uma epidemia de tal gravidade siga sendo tratada de maneira errática pelo presidente Jair Bolsonaro.

Na contramão da maioria dos países – empenhados em adotar medidas de saúde pública e proteção social –, Bolsonaro atua para que a parcela mais desassistida da população pague sozinha a conta de uma tragédia global, com medidas inócuas que penalizam quem não tem para onde correr.

Foi o caso do chamado “CoronaVoucher”, o bolsa-miséria de R$ 200 anunciado pelo ministro Paulo Guedes. Ou da tentativa descabida de subtrair os salários de quem está impedido de trabalhar, com a malfadada MP 927, apelidada de “MP da Morte”. A proposta da MP natimorta era a condenação à morte, por fome ou coronavírus, de quem mais precisa da ajuda do Estado – em um momento em que a pandemia começa a atingir as vilas e favelas do país.

Nem mesmo as mecas do neoliberalismo foram tão longe. Pelo contrário. Nos EUA, Donald Trump havia proposto uma linha de crédito a juros baixíssimos para os comerciantes e vai destinar US$ 1.000 a cada norte-americano, o equivalente a R$ 5.000. Na Inglaterra, o governo garantirá os pagamentos de salários por no mínimo três meses.

A Alemanha vai subsidiar 80% dos salários dos estabelecimentos fechados. Macron, na França, decretou anistia das contas de água, luz e aluguel. Na Venezuela, o governo assumirá os salários de todos os trabalhadores públicos e privados nos próximos seis meses.

O Congresso Nacional e o Judiciário precisam agir rápido contra medidas que atentam contra as necessidades mais básicas da maioria da população. E atuar de maneira assertiva contra a insanidade deste desgoverno.

Por isso, nosso mandato apresentou, na semana passada, projetos para atender os milhões de pessoas que foram forçadas a permanecer em casa, em isolamento social. O PL 729 visa à isenção do pagamento por cinco meses de serviços como energia elétrica, abastecimento de água e esgotamento sanitário aos idosos aposentados e/ou beneficiários do BPC.

Já o PL 730 propõe que trabalhadores informais ou autônomos tenham direito a um salário mínimo por cinco meses, financiado pelo Tesouro Nacional. O PL 731, por sua vez, prevê o pagamento de um salário mínimo, também por cinco meses, a microempreendedores individuais (MEI), bancado pelo INSS.

A solução para os trabalhadores formais passa por auxiliar as empresas a manter o salário dos seus empregados. Num outro PL, propomos que BNDES e o Banco Central possam adquirir certificados de depósitos bancários (CBDs) emitidos pelas instituições bancárias, que garantiriam empréstimos às empresas.

Não é mais possível agir com paliativos. O governo precisa mover os recursos que forem necessários, em vez de seguir neste malabarismo orçamentário, sob argumento de que não pode onerar o Estado. Ora, ora. É exatamente o contrário do que se espera em um estado de calamidade pública. Os EUA, por exemplo, querem destinar US$ 1,5 trilhão (o equivalente ao PIB do Brasil) para o combate à doença. É hora de mexer nas reservas, emitir papéis, manejar recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador e buscar “dinheiro novo” onde for preciso.

Se a proteção social não foi prioridade dos governantes nos últimos anos, agora ela é fundamental para a saúde pública e coletiva, para preservar a vida e a economia do país.

 

Reginaldo Lopes é deputado federal (PT-MG)

Artigo publicado originalmente no site O Tempo

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100