Em andamento
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI das Fake News) criada para investigar a disseminação de notícias falsas nas redes sociais, conhecida como fake news, ouve na tarde desta terça-feira (11), o ex-funcionário da empresa de marketing digital Yacows, Hans River do Rio Nascimento.
A oitiva, segundo o autor do requerimento, deputado Rui Falcão (PT-SP), foi requerida para que o depoente esclareça sobre inúmeras denúncias publicadas na imprensa sobre seu envolvimento no uso fraudulento de disparo de mensagens em massa por aplicativos de mensagens durante as eleições presidenciais de 2018.
“O ex-funcionário dessa empresa, senhor Hans River do Rio Nascimento, detalhou vários aspectos desse trabalho obscuro quando ingressou com uma ação trabalhista contra a Yacows, logo após sua demissão. Segundo seu relato, as empresas cadastraram celulares com nomes, CPFs e datas de nascimento de pessoas que ignoravam o uso de seus dados. Ainda segundo Nascimento, a linha de produção de mensagens funcionou ininterruptamente na campanha”, diz o requerimento.
Ainda segundo o deputado Rui Falcão, Hans Nascimento pode “elucidar inúmeras dúvidas sobre como funcionam os sistemas de disparos de mensagens eletrônicas na internet, principalmente sua operacionalização no período eleitoral”.
Hans River confirmou que a empresa Yacows usou dados como nomes, datas de nascimentos e CPF de pessoas nascida entre 1932 e 1953, ou seja, pessoas entre 65 e 85 anos sem o conhecimento delas. “Se duvidar, nem viva estão”, afirmou Hans River.
O ex-funcionário da Yacows também autorizou o presidente da comissão, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), a quebrar seu sigilo telefônico, mas disse que está sem telefone. Hans River acionou a Yacows na Justiça do Trabalho de São Paulo e, segundo ele, ao processo foram anexados documentos que comprovam o uso de disparos fraudulentos de mensagens via WhatsApp e outras mídias digitais.
O depoente disse ainda à relatora, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), que a empresa se localizava na esquina da rua 9 de julho com a rua Renato Paz de Barros, em São Paulo e que o local “não transparecia que lá tinha coisa errada”.
Benildes Rodrigues
Atualizada às 15h45