De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (9), pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil caiu para a 79ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2018, (em 2017, o Brasil ocupava o 78º lugar). O País é o que mais perde posições do IDH quando o valor é ajustado à desigualdade que leva em consideração a saúde, educação e renda.
Após o golpe que resultou na queda de Dilma Rousseff da presidência (2016), o Brasil voltou a ter um crescimento insignificante para os padrões do ranking e estagnou em segundo lugar na lista de países com maior desigualdade de renda do mundo. Parlamentares da Bancada do PT na Câmara usaram suas redes sociais para criticarem as medidas adotadas pelo governo Bolsonaro que nada faz para mudar essa realidade.
“Levamos anos para sair do mapa da fome. Coisa que o golpe de Temer e Cunha destruiu e o governo de Bolsonaro vai enterrando a sete palmos. Pobre Brasil, lamentou a deputada Margarida Salomão (PT-MG). Indo na mesma linha, o deputado Alencar Santana (PT-SP) escreveu que “Bolsonaro está conseguindo enterrar a esperança de um país mais justo”.
Para Erika Kokay (PT-DF), com o modelo ultraliberal de Bolsonaro e Guedes essa realidade tende a piorar. “Com o modelo ultraliberal de Bolsonaro e Guedes de retirada de direitos e destruição do Estado social, essa realidade tende a piorar ainda mais”.
O deputado José Guimarães (PT-CE) usou seu Twitter para questionar Bolsonaro e Guedes. “Nosso País possui a 2ª maior concentração de renda do mundo. 1/3 de todas as riquezas está nas mãos do 1% mais rico. Nossa proposta de Reforma Tributária quer acabar com privilégios taxar os mais ricos. Bolsonaro e Guedes topariam?”.
Com crescimento pífio de 0,001, em 2018, o IDH brasileiro foi de 0,761, contra 0,760 em 2017, o que levou a perda de uma posição no ranking que mede o processo de desenvolvimento humano de 189 países – quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido. Entre países da América do Sul, o Brasil ocupa a quarta posição e está empatado com a Colômbia.
Desigualdade de gênero
O Pnud também divulgou o Índice de Desenvolvimento de Gênero (IDG). O estudo aponta que as mulheres no Brasil estudam mais, porém possuem renda menor que os homens. O IDH mostrou que as brasileiras estão em melhores condições de saúde e educação que os homens, mas possuem renda 41,5% menor que os homens.
“Mulheres estudam mais, mas ganham menos do que homens no Brasil. Corrigir distorções como essa deve ser prioridade. A desigualdade se manifesta de diferentes formas e não podemos deixar que fique escondida sob o discurso “isento” dos privilegiados”, afirmou Reginaldo Lopes (PT-MG).
Maria do Rosário (PT-RS) se preocupa com a educação que vai de mal a pior. “Os dados se referem a 2018, mas as perspectivas para educação no Brasil nos próximos anos são preocupantes, pois se resumem a terraplanismo, marxismo cultural e ideologia de gênero. A crise da educação no Brasil não é crise, mas projeto, diria Darcy Ribeiro”.
A deputada Natália Bonavides (PT-RN) e o deputado Afonso Florence (PT-BA) também comentaram os dados divulgados.
Lorena Vale com Revista Fórum
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