O projeto Expresso 168 da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados promoveu, nesta sexta-feira (6), discursões com influenciadoras digitais sobre a vida das mulheres. O tema faz parte dos 21 Dias de Ativismo pelo fim da Violência contra as Mulheres. A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), presidente da comissão, é autora do requerimento.
“Hoje é o dia do Laço Branco que faz parte dos 21 dias, aqui no Brasil, e 16 dias em outros países, de ativismo de enfrentamento a violência que atinge as mulheres. Estamos aqui com as mulheres, mulheres poderosíssimas, mulheres que tem influência nas redes digitais, mulheres que fazem a diferença, cada uma com a sua leitura, com o seu espaço de fala, mas que compre uma função e nós queremos fazer a discursão do enfrentamento a violência contra as mulheres e as redes”, afirmou Erika Kokay (PT-DF), que preside o seminário.
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), o Brasil é o quinto país com mais feminicídios no mundo. Houve um aumento de 44% dos casos de feminicídio desde que o governo Bolsonaro começou.
Para a jornalista Cynara Menezes, ativista e dona do blog Socialista Morena, é preciso mudar a cultura do machismo. “Precisamos reforçar as políticas públicas, reforçar a Lei Maria da Penha, mas temos que atuar na tentativa de mudar essa cultura, que é a cultura do estupro e de que o homem tem o direito sobre o corpo da mulher”, afirmou.
Feminicidio na Capital Federal
De acordo com a apresentadora e ativista Maria Paula Andrade, a violência contra a mulher é uma realidade alarmante que cresce no Distrito Federal. Só de janeiro a outubro deste ano, 27 mulheres que tiveram suas vidas ceifadas – 5 delas estavam com medida protetiva – e ocorreram mais de 13 mil casos de violência contra a mulher no mesmo período. “Tem alguma coisa muito errada nisso, não está funcionando, muitas vezes estamos dormindo com o nosso inimigo e não sabemos”, alertou a jornalista.
Feminicídio na Bahia
A dona do blog Socialista Morena, Cynara Menezes, afirmou que parece que virou moda matar mulher no Brasil e trouxe dados do estado da Bahia sobre o feminicídio. Na Bahia houve um aumento de 17% nos feminicídio no primeiro semestre deste ano. Até setembro 117 mulheres foram mortas por feminicídio.
“Essas mulheres são mortas pelos companheiros ou pelos ex-companheiros. É totalmente diferente você ser morto por um assalto, por exemplo. A pessoa que é morta num assalto não está sendo assassinada porque é homem ou mulher. Isso é violência urbana, é totalmente diferente do seu companheiro ou ex-companheiro achar que tem direito sobre o seu corpo aponto de enfiar uma faca ou dar um tiro”, explicou a blogueira.
Lorena Vale
Foto: Pablo Valadares
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