Alternativas contra desmatamento na Amazônia são debatidas em comissão na Câmara

As alternativas para uma economia sustentável na Amazônia contra o desmatamento foi tema de audiência pública nesta quinta-feira (10), na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara dos Deputados (Cindra).

Para o deputado Airton Faleiro (PT-PA) é preciso compreender que a Amazônia vai além das florestas e que o grande desafio é equilibrar o desenvolvimento da Amazônia do ponto de vista ambiental, econômico e social. “Nós temos gente morando lá, nós temos gente espalhada nas florestas da Amazônia. Nós temos os indígenas, agricultores familiares, quilombolas, populações tradicionais, temos o agronegócio, temos as metrópoles, é dessa Amazônia que nós estamos falando. Nós não estamos falando de uma Amazônia no vazio, estamos falando de uma Amazônia que tem florestas, rios e gente”, explicou.

“Nós estamos falando da economia florestal do ponto de vista do conjunto da biodiversidade que nós temos na Amazônia e dos potenciais que temos inclusive como alternativa econômica para resolver gargalos na área da medicina, na área do desenvolvimento de forma global. A Amazônia não é o problema é a solução”, afirmou Faleiro.

O deputado José Ricardo (PT-AM) destacou a importância da audiência. “O debate de hoje é fundamental para desenvolver o estado do Amazonas. Podemos desenvolver e garantir uma economia que não tenha impacto e garanta direitos, vida, oportunidade e renda para a população”.

Manejo Florestal

O Manejo Florestal Sustentável é a administração da floresta para obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema.

Para Aline Tristão Bernardes, diretora-executiva do Forest Stewardship Council (FSC) – Conselho de Manejo Florestal, o manejo florestal não é desmatamento, mas sim, uma alternativa sustentável de utilizar os recursos das florestas, “é possível fazer do manejo florestal uma barreira contra o desmatamento da Amazônia”. Aline destaca que a ilegalidade é o grande inimigo da economia de base florestal na Amazônia.

“Não venceremos a guerra do desmatamento, da ilegalidade, do crime ambiental, apenas com discursos, apenas com manifestações contrarias à ilegalidade, venceremos com uma proposta alternativa do uso sustentável dos produtos da biodiversidade da Amazônia”, afirmou Faleiro.

Raimundo Jean Feitosa Rocha, representante da Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós (Coomflona), destacou a importância do manejo florestal comunitário. “O manejo florestal comunitário dentro de uma unidade de conservação é algo que está dando certo”.

Para José Ricardo é preciso insistir nesses caminhos. “Temos que insistir por esses caminhos que são viáveis, possíveis. Podemos produzir muito sem gerar impactos e garantir cidadania às pessoas que moram na Amazônia como um todo”.

O deputado Célio Moura (PT-TO) também participou e presidiu a audiência.

Lorena Vale

 

 

 

 

 

 

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