Na manhã deste sábado (6), a Caravana Lula Livre pelo Sul levou milhares de catarinenses para um grande ato realizado no Centro de Florianópolis. Em coro, todos entoaram: “Lula, guerreiro, do povo brasileiro”, e “Lula Livre, Lula Livre, Lula Livre”. O ex-candidato à presidência do PT Fernando Haddad, a deputada e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR) e o líder da Bancada do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS) participaram da atividade de luta pela liberdade imediata do ex-presidente Lula, preso político desde 7 de abril de 2018. Gleisi, Pimenta e Haddad criticaram duramente a prisão injusta e sem provas do presidente Lula, além de denunciar os desastres provocados pelo desgoverno de Bolsonaro.
O candidato à presidência pelo PT nas eleições de 2018, Fernando Haddad, foi ovacionado pelo público ao afirmar que existe “uma consciência maior que se cometeu uma injustiça grave ao presidente Lula, que deve ser reparada pelos tribunais superiores do Brasil”, ao se referir especialmente ao STJ e ao STF.
Haddad comparou o então juiz Sérgio Moro a um árbitro de futebol, que tomou partido na sua função de magistrado. Ele denunciou que Moro condenou Lula injustamente, e que, inclusive, não era de sua competência julgar o processo contra o ex-presidente, uma vez que o objeto não tinha nada a ver com a Petrobras. “Moro transformou o julgamento de Lula em uma questão pessoal, e não de direito. Um juiz não pode tomar partido, não pode ter filiação partidária. Vocês aceitariam ir para um campo de futebol e ver o juiz torcer por um dos times?”, indagou. E foi além: “Moro veste a camisa do Bolsonaro, e Justiça não pode ter torcida”, argumentou o ex-ministro da Educação.
Para Fernando Haddad, é preciso ainda resgatar a credibilidade das instituições, dos tribunais superiores, e do poder Executivo. “O prejuízo causado é inestimável, mas temos futuro pela frente, filhos, netos. Nossa tarefa é voltar a nos encontrar nas praças, com as pessoas, pois ficamos muito tempo no Twitter e no Facebook. Precisamos manter diálogo com a população, face a face, tocar o coração das pessoas”, recomendou.
Para Haddad, Jair Bolsonaro também reconhece sua própria incompetência para liderar o País. “Passou vergonha em três viagens internacionais. Temos vergonha do que ele faz lá fora. É melhor ele ficar por aqui, porque Bolsonaro não nos representa nem aqui, nem no exterior”, frisou o petista.
Lula sequestrado
Paulo Pimenta lembrou que há um ano, exatamente, ele estava no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, junto com presidente Lula, às vésperas de ele ser “sequestrado de maneira criminosa pelo juiz Sérgio Moro e pelos ‘golden boys’ (procuradores da Lava Jato)”. Pimenta ainda recordou que cada vez que falava com Lula, o ex-presidente repetia: “Se alguma coisa acontecer comigo eu preciso percorrer o Brasil pelas pernas de vocês, e é preciso que nossa militância continue conversando com povo brasileiro”. O líder petista enfatizou que neste domingo (7), em Curitiba, todos devem transmitir para o presidente Lula “aquilo que cada um tem de melhor. Pois todas as vezes que encontramos Lula, ele não perde a alegria, nos inspira e nos abraça”. Pimenta conclama a todos para que se mantenham mobilizados até “Lula estar conosco novamente”.
Lava Jato
A presidenta Gleisi Hoffmann criticou também a ação da força-tarefa da Lava Jato, que forneceu informações estratégicas sobre a Petrobras ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ). “Colocavam o foco na prisão ilegal de Lula a fim de entregar o patrimônio dos brasileiros aos Estados Unidos”, denunciou a deputada petista.
Conforme Gleisi, Lula sempre significou a soberania do País, pois nos governos do PT foi possível reposicionar o Brasil na área internacional. “Lula colocou o Brasil como país produtor de petróleo, com o pré-sal. Lula criou os BRICs, fortaleceu o mercado latino-americano, abriu mercado para outros países, que não somente aos Estados Unidos, portanto, Lula além de ser inocente, defendeu a soberania do País. Assim, defender a liberdade de Lula é lutar para que as pessoas tenham dignidade, tenham emprego”, afirmou Gleisi. Para a presidenta do PT, “essa caravana vai percorrer o Brasil, juntando gente, energia e vontade de lutar por Lula e lutar pelo Brasil.”
O deputado Pedro Uczai (PT-SC) disse que Lula transformou a vida dos brasileiros, diferentemente das maldades promovidas pelo governo de Bolsonaro, que está acabando com as políticas públicas criadas nas gestões petistas, como na educação. Uczai também anotou que a Reforma da Previdência de Bolsonaro será derrotada no Congresso.
O deputado Marcon (PT-RS) também participou do ato em Florianópolis e observou que Bolsonaro envergonha os brasileiros, com políticas que só prejudicam o povo.
O ex-deputado e atual presidente do PT catarinense, Décio Lima participou do ato juntamente com outras lideranças políticas e dos movimentos sociais de Santa Catarina.
Curitiba entre a injustiça e a esperança
A Caravana Lula Livre com Haddad segue agora para Curitiba, onde acontece seu ato de encerramento no dia em que a prisão política do ex-presidente completa um ano.
O ato está marcado para as 10h e terá a presença de caravanas vindas de todo o País – muitas delas já presentes na capital paranaense.
A programação se estenderá até o final da tarde, com uma série de atividades artísticas e religiosas.
Jornada Lula Livre
Entre os dias 7 e 10 de abril todas as atenções estarão voltadas para a Jornada Lula Livre, iniciativa que pretende reforçar o posicionamento contrário diante da atual conjuntura política brasileira e ampliar a unidade em torno das lutas em defesa do maior líder popular da história do Brasil.
Com eventos programados em praticamente todos os estados brasileiros e também em diversos outros países, a Jornada Lula Livre terá seu grande ato nacional realizado no dia 7, dia em que a prisão política completa um ano.
A iniciativa é parte da reorganização das estratégias de mobilização dos comitês populares espalhados por todas as regiões da nação e reativa e campanha Lula Livre lançada ano passado. A jornada também se readequará aos lamentáveis desdobramentos políticos que aconteceram no país a partir da eleição de Jair Bolsonaro, como a Reforma de Previdência.
Veja o vídeo do ato em Florianópolis:
Carlos Leite com Agência PT Notícias