100 dias de reconstrução do Brasil, por Fernando Mineiro           

Deputado Mineiro. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara Dos Deputados

Os 100 primeiros dias do novo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram marcados pelo início da reconstrução do Brasil. Esse processo está alicerçado em quatro diferentes bases: restauração da democracia e do diálogo, resgate dos programas sociais, retomada das políticas ambientais e reestruturação das contas públicas com a apresentação da nova regra fiscal e a priorização da reforma tributária. Essas iniciativas combinadas traduzem, na prática, o compromisso do governo com a melhoria da vida do povo brasileiro, o combate às desigualdades e a soberania nacional. Os avanços, apesar do pouco tempo, já foram muitos.

Esse processo de reconstrução não seria possível se o presidente Lula, já em seu pronunciamento de posse, não tivesse assumido a responsabilidade de restaurar a democracia brasileira, enfraquecida desde o golpe de 2016, atacada ferozmente pelo governo de extrema-direita que nos antecedeu e ferida violentamente pelos atos terroristas do dia 8/1 em Brasília (DF).

Outra iniciativa importante desse período foi o restabelecimento do diálogo com os movimentos sociais, após anos de desmonte das estruturas de interlocução popular, através do lançamento do Conselho de Participação Social. A reativação desse espaço de escuta democrática é uma forma de assegurar que a voz do povo será de fato levada em consideração na formulação e execução das políticas públicas.

É inegável que é a principal marca do início do governo é a volta dos programas sociais que, ao longo de 13 anos de governos do PT, levaram dignidade a milhões de pessoas, reduziram a pobreza e tiraram o país do mapa mundial da fome: Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e Mais Médicos. Ao resgatar esses projetos, o presidente sinalizou que o povo, em especial a população mais vulnerável, será tratado novamente com prioridade no país.

A recriação e ampliação do Bolsa Família representou o cumprimento de uma das principais promessas de campanha do presidente Lula. O programa foi fortalecido com o pagamento do benefício de R$ 600, acrescido de valores extras para crianças, adolescentes e gestantes, com um investimento anual de R$ 58 bilhões. Atualmente, 21,9 milhões de lares estão incluídos nesta que é reconhecida mundialmente como uma das experiências mais exitosas de redução da miséria, distribuição de renda e justiça social.

O combate à fome, prioridade em nosso governo, inclui outras ações igualmente importantes, como a correção do salário-mínimo acima da inflação depois de seis anos sem aumento real, o reajuste da merenda escolar em até 39% com o reforço do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e a retomada do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

A retomada do “Minha Casa Minha Vida”, maior programa habitacional da história do país, representa a esperança da conquista de um lar para milhões de famílias que ainda não possuem a própria moradia. A meta do Governo Federal é contratar 2 milhões de unidades residenciais até 2026. Desse total, 50% serão destinadas a famílias que se enquadram na Faixa 1, com renda bruta de até R$ 2.640.

Na área da saúde, a volta do “Mais Médicos”, com investimento de R$ 712 milhões somente em 2023, significa a garantia de atendimento a milhões de pessoas que estavam desassistidas. De acordo com o Ministério da Saúde, 15 mil novas vagas serão abertas em todas as cidades do país, com prioridade para a seleção de profissionais brasileiros formados em território nacional.

Esses 100 dias também representam novos tempos para a educação. Entre as medidas implementadas para reverter o desmonte promovido pelo governo anterior estão o reajuste das bolsas de pesquisa, mestrado e doutorado; o aumento de 15% do Piso Nacional do Magistério; e a liberação de mais de R$ 250 milhões para obras escolares paralisadas em todo o Brasil.

O Brasil que vem sendo reconstruído nos últimos 100 dias é um país que também protege as mulheres, combate o racismo e valoriza a nossa cultura. Lula relançou o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), com foco no combate ao feminicídio, liberou recursos para construção de 40 Casas da Mulher Brasileira e enviou o projeto de lei para regulamentar a igualdade salarial entre homens e mulheres que desempenham a mesma função.

Visando a promoção da igualdade racial, o presidente sancionou a lei que iguala a injúria racial ao crime de racismo, assinou um decreto determinando a reserva de vagas para pessoas negras na administração pública e lançou o programa Aquilomba Brasil. O apoio à arte também voltou com a recriação do Ministério da Cultura. Entre outras políticas para o setor, Lula regulamentou o financiamento cultural através das leis Rouanet, Paulo Gustavo, Aldir Blanc e Cultura Viva.

O presidente Lula também deu a largada na nova agenda ambiental do país, começando a reverter os inúmeros retrocessos dos últimos quatro anos. O reestabelecimento do Fundo Amazônia para financiar ações de redução do desmatamento, a revogação do incentivo ao garimpo ilegal e a criação do Ministério dos Povos Indígenas, além do enfrentamento ao extermínio do povo Yanomami, comprovam que o tempo de “passar a boiada” terminou.

Em outra frente do projeto de reconstrução do país, a proposta da nova regra fiscal, apresentada mais recentemente pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está alinhada com outra promessa defendida durante a campanha pelo presidente Lula: colocar o pobre no Orçamento e o rico no Imposto de Renda. Isso significa que, ao contrário de outros momentos em nossa história, dessa vez quem vai pagar a conta do ajuste econômico não serão os mais pobres, mas sim os mais privilegiados.

A reforma tributária, tema central para a retomada do desenvolvimento do país, é outra pauta prioritária que vem sendo discutida pelo governo. É importante destacar que, ao contrário do que imaginam muitas pessoas, esse debate não interessa somente a empresários, mas também aos trabalhadores e às trabalhadoras, porque dele depende a implementação do programa de governo que venceu as últimas eleições.

O Brasil também voltou a ser respeitado no mundo graças ao resgate do nosso prestígio internacional, com a retomada da tradição da política externa brasileira pelo presidente Lula. Em sua primeira viagem ao exterior, ele visitou a Argentina e o Uruguai, sinalizando para a importância da integração da América Latina. Além disso, recebeu o chanceler alemão Olaf Scholz, retomando a aliança estratégica entre Brasil e Alemanha.

A viagem aos Estados Unidos, no início de fevereiro, foi outro passado no sentido de reposicionar o país no mundo. Lula foi recebido pelo presidente norte-americano Joe Biden, na Casa Branca, na capital Washington, para debater temas como meio ambiente e a relação comercial entre os dois países.

Nesta semana, o presidente irá à China, a convite do presidente Xi Jinping, em mais um esforço para recompor os laços diplomáticos com parceiros estratégicos, retirando de vez o país da condição de pária internacional.

O trabalho ainda está no início, mas, com a democracia assegurada, é possível construir a união nacional, sob a liderança do presidente Lula, para melhorar as condições de vida da população, gerar emprego e renda e garantir uma recuperação econômica sustentável para o país.

 

Fernando Mineiro é deputado federal (PT- RN)

 

 

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