O deputado Zé Carlos (PT-MA) denunciou, na tribuna da Câmara, o acordo firmado pelo governo golpista de Michel Temer e os Estados Unidos para lançamento de foguetes da base de Alcântara, no Maranhão. “Nós não podemos ficar aqui inertes em relação a um acordo de tamanha envergadura, que pode comprometer a soberania nacional”, afirmou o parlamentar, criticando ainda o fato de o governo ilegítimo não ter discutido o termo do acordo com o Congresso Nacional nem com a sociedade.
A negociação do acordo de Alcântara, na avaliação do deputado Zé Carlos, é mais uma das medidas deste governo que não se cansa de entregar o nosso patrimônio. “Já foi o pré-sal; agora, está sendo Alcântara. Quem sabe, amanhã, não será a Amazônia. Portanto, se não tirarmos este governo golpista, com certeza, até a Amazônia estará em risco”, alertou.
O deputado do PT do Maranhão destacou que, no início deste ano, dezenas de organizações nacionais e internacionais, militantes e entidades assinaram uma carta contrária ao acordo que estava sendo proposto pelo governo ilegítimo de Temer ao governo norte-americano, pela cessão da base de Alcântara.
“A carta foi uma resposta à confirmação deste acordo que foi formatado pelo então ministro das Relações Exteriores, o tucano José Serra, e que não traria condições favoráveis ao Brasil, principalmente no que diz respeito à nossa soberania”, explicou Zé Carlos. Ele ressaltou que a Base de Alcântara é a mais bem situada em termos de custo-benefício para se lançar satélite no mundo, por isso, é estratégica para qualquer potência.
Obviamente, continuou Zé Carlos, o Estado americano tem muito interesse nessa base. O parlamentar lembrou que o governo norte-americano tentou fazer este acordo com o governo Lula, “que não o aceitou, porque colocava em risco a nossa soberania”.
Como exemplo do risco que o Brasil corre com este acordo, Zé Carlos citou acerto semelhante firmado pelos EUA e o Panamá, na época do canal do Panamá. “Naquele acordo, o governo americano praticamente cercou uma área dentro do Panamá onde nenhum cidadão panamenho entrava se não fosse com autorização dos EUA. Eles se apropriaram de um território panamenho e o transformou em americano. Tanto era assim que quem nascia naquele espaço tinha cidadania americana. Lamentavelmente parece que o acordo da Base de Alcântara tem essas mesmas condições. Isso nós não podemos aceitar”, afirmou.
Acordo – Pelo acordo anunciado no dia 31 de maio, o governo brasileiro vai permitir o uso do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, pelos países parceiros, Estados Unidos, França, Rússia e Israel, que demonstram interesse na estrutura do local. O primeiro deles, será os Estados Unidos, mas ainda não há prazo para o início das operações.
Vânia Rodrigues