O projeto antinacional e antipopular do governo Temer compromete o futuro do Brasil como nação independente, capaz de tomar decisões de acordo com os interesses nacionais. O alerta é do líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), em artigo publicado nesta semana no Blog do Noblat. “Temer implementa um projeto subalterno, que contrasta com a grandeza de um país continental com enormes riquezas, potencialidades e o maior parque industrial da América Latina”, diz o texto.
O líder lembra que Temer chegou ao poder por meio de um golpe parlamentar e hoje amarga rejeição histórica de 90% da população. “Esse governo (…) não tem legitimidade para implementar uma política econômica ortodoxa e a agenda de desmonte de direitos de sociais e trabalhistas. Porque essa política econômica não foi referendada pelas urnas”, afirma.
Para Zarattini o único caminho para o Brasil sair do fundo do poço e superar a profunda crise econômica, política e social atual é eleições diretas.
Leia abaixo a íntegra do artigo:
“Projeto de Temer é transformar o Brasil em república das bananas
O futuro do Brasil como nação independente e capaz de decidir seus destinos corre sérios riscos com a manutenção do governo de Michel Temer. Isso porque o projeto antinacional e antipopular em curso compromete a capacidade do Brasil de tomar decisões de acordo com os interesses nacionais. Temer implementa um projeto subalterno, que contrasta com a grandeza de um país continental com enormes riquezas, potencialidades e o maior parque industrial da América Latina.
Temer é ilegítimo e chegou ao cargo por meio de um golpe parlamentar. Hoje amarga rejeição histórica de 90% da população. Esse governo, que não teve um voto sequer, não tem legitimidade para implementar uma política econômica ortodoxa e a agenda de desmonte de direitos de sociais e trabalhistas. Porque essa política econômica não foi referendada pelas urnas.
O governo Temer, se não for barrado, vai levar o Brasil à mera condição de país periférico exportador de minérios e produtos agrícolas, à mercê de decisões externas. É uma lógica cruel, para atender exclusivamente ao setor financeiro e grupos estrangeiros.
O resultado é mais arrocho para o povo brasileiro que sofre com altas taxas de desemprego e cortes em programas e políticas de proteção social levando o velho fantasma da fome a assombrar as famílias brasileiras não só no Nordeste e Norte, mas em todo o País. Resultado da política cruel adotada pelo governo Temer.
Temer e seus apoiadores dão a entender que querem voltar à época da escravidão e do Brasil Colônia. Não há preocupação com projeto nacional, num momento em que os principais países do mundo fortalecem sua soberania. Os golpistas querem transformar o Brasil em república das bananas.
Há inúmeros exemplos da prática antinacional de Temer. A entrega do pré-sal a preços irrisórios para petrolíferas estrangeiras; a privatização da Petrobras, disfarçada de venda de ativos e sob pretexto de recuperação de uma empresa vítima de corrupção de políticos; a venda indiscriminada de terras para estrangeiros; a abertura de mais de 20 mil áreas para mineração na Amazônia; venda de hidrelétricas já amortizadas para estrangeiros.
Querem reduzir a pó a nossa indústria, a pesquisa científica e tecnológica e sucatear as universidades públicas e os institutos de pesquisa e de desenvolvimento científico. É o complexo de vassalagem que move os atuais detentores do poder, como se o Brasil não pudesse almejar um lugar ao sol no concerto das nações, um país desenvolvido, soberano, autônomo, que se impõe perante os outros países num contexto internacional.
Os segmentos da elite brasileira que apoiaram o golpe são os mesmos que, no passado, lutaram contra governos que defenderam nossas riquezas e proporcionaram melhores condições de vida para o povo brasileiro. É o caso dos governos de Getúlio Vargas, de Juscelino Kubitscheck , João Goulart e, recentemente, os de Lula e Dilma.
Temer conseguiu enterrar até a clássica diplomacia brasileira, que sempre prezou os princípios da autodeterminação dos povos e da não ingerência nos assuntos internos de outros países. No caso da Venezuela, em vez de ajudar a pacificar, Temer aliou-se como lacaio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para intensificar a crise no país vizinho.
Temos que respeitar e não intervir, porque defendemos a autodeterminação dos povos. Temer concentra todos seus esforços numa política omissa e submissa destinada a atender interesses internacionais, especialmente, dos EUA. E o Itamaraty, simplesmente, foi levado a deixar de defender o Brasil como Nação.
Para o Brasil sair do fundo do poço e superar a profunda crise econômica, política e social atual, o único caminho é eleições diretas, para que mais de 100 milhões de brasileiros que podem votar decidam quem querem para presidente e qual o programa socioeconômico que nós devemos levar adiante para melhorar a vida do povo brasileiro.
O povo brasileiro não aguenta mais o desastre chamado Michel Temer.”