Zarattini relembra como FHC “passou o chapéu” para fundar o instituto que leva seu nome

zarattiniplenarioEm discurso na tribuna da Câmara, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) chamou a atenção da sociedade brasileira para o relato feito pelo jornalista Gerson Camarotti, na revista Época, que detalha como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), no final do seu mandato na presidência da República, “passou o chapéu” junto às principais empresas do País para criar o Instituto que carrega o seu nome – Instituto Fernando Henrique Cardoso (IFHC). “Revela claramente como foi usado o Palácio do Planalto para o interesse particular do ex-presidente Fernando Henrique”, denunciou Zarattini.

Segundo o deputado, o jornalista recorda que FHC realizou um jantar no Palácio do Planalto, com a presença de vários empresários de peso à época, como Jorge Gerdau, Emílio Odebrecht, Pedro Piva, Lázaro Brandão, Márcio Cypriano, Benjamim Steinbruch. Todos contribuíram com R$ 7 milhões para a organização do Instituto Fernando Henrique Cardoso.

O alerta feito pelo deputado Zarattini ocorre no momento em que o Instituto Lula sofre uma verdadeira devassa por parte do judiciário, em conluio com setores da mídia brasileira. Para Zarattini se, por um lado, a operação Lava Jato da Polícia Federal se dedica, de forma truculenta, a atacar a liberdade de organização da entidade que tem à frente o ex-presidente Lula, de outro, fecha, literalmente, os olhos para a gravidade dos fatos lembrados por Gerson Camarotti em sua matéria, intitulada “FHC passa o chapéu” e que ilustra bem o que ocorreu na montagem da instituição presidida pelo tucano.

“Foi uma noite de gala. Na segunda-feira, o presidente Fernando Henrique Cardoso reuniu 12 dos maiores empresários do país para um jantar no Palácio da Alvorada, regado a vinho francês Château Pavie, de Saint Émilion (US$ 150 a garrafa, nos restaurantes de Brasília). Durante as quase três horas em que saborearam o cardápio preparado pela chef Roberta Sudbrack – ravióli de aspargos, seguido de foie gras, perdiz acompanhada de penne e alcachofra e rabanada de frutas vermelhas -, FHC aproveitou para passar o chapéu”, descreve o artigo.

O texto discorre que após uma rápida discussão sobre valores, os 12 comensais se comprometeram a fazer uma doação conjunta de R$ 7 milhões à ONG que Fernando Henrique Cardoso passaria a presidir, assim que deixasse o Planalto e que levaria seu nome: Instituto Fernando Henrique Cardoso (IFHC).

Seleção – Segundo o artigo, “os empresários foram selecionados pelo velho e leal amigo, Jovelino Mineiro, sócio dos filhos do presidente na fazenda de Buritis, em Minas Gerais”. Camarotti aponta entre os presentes, Jorge Gerdau (Grupo Gerdau), David Feffer (Suzano), Emílio Odebrecht (Odebrecht), Luiz Nascimento (Camargo Corrêa), Pedro Piva (Klabin), Lázaro Brandão e Márcio Cypriano (Bradesco), Benjamin Steinbruch (CSN), Kati de Almeida Braga (Icatu), Ricardo do Espírito Santo (grupo Espírito Santo). Em troca da doação, cada um dos convidados teria o título de co-fundador do IFHC.

“Juntos, eles já haviam colaborado antes com R$ 1,2 milhão para a aquisição do imóvel onde seria instalada a sede da ONG, um andar inteiro do Edifício Esplanada, no Centro de São Paulo. Com área de 1.600 metros quadrados, o local abriga há cinco décadas a sede do Automóvel Clube de São Paulo”, recorda o jornalista em seu artigo.

Benildes Rodrigues

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