O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), acusou hoje (8) o governo ilegítimo Michel Temer de patrocinar um conjunto de manobras para literalmente bloquear Operação Lava Jato, preservando assim o PMDB e o PSDB das investigações da força-tarefa. O líder observou que o golpe que destituiu a presidenta legítima Dilma Rousseff do cargo, no ano passado, teve o objetivo claro de proteger os atuais integrantes do governo usurpador. “Fico com dó de quem saiu às ruas, inocentemente, de verde-amarelo, achando que o golpe era para enfrentar a corrupção”, comentou Zarattini.
Para o líder, tudo começou com o golpe e teve sequência com Temer na Presidência, seguindo um roteiro que já vinha sendo feito pelos golpistas antes mesmo da derrubada de Dilma. Dois fatos recentes comprovam a continuidade do plano de Temer – que é citado 43 vezes em uma das delações da empreiteira Odebrecht – para esvaziar a Lava Jato e proteger seus aliados.
O primeiro fato é a criação de um ministério para ser ocupado por Moreira Franco, novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, citado 34 vezes em uma das delações da Lava Jato. No cargo de ministro, Moreira Franco tem foro especial no Supremo Tribunal Federal. A outra medida é indicação, para uma vaga no STF, do ministro da Justiça Alexandre de Moraes, filiado ao PSDB e sobre o qual pesam várias denúncias de que não teria conduta ilibada para ocupar o cargo. Cabe ao Senado aprovar ou não a indicação.
Zarattini estranha a indicação de Moraes, “pois, no STF, teria que investigar ex-colegas de Ministério e correligionários do PSDB”. O presidente do PSDB, Aécio Neves, e o chanceler do governo golpista, o tucano José Serra, são alguns nomes do partido já delatados na Lava-Jato e que deverão ser alvo de investigação.
O líder do PT citou o procurador-geral Rodrigo Janot, que agora, aparentemente, concluiu que o impeachment da presidente Dilma Rousseff foi a forma encontrada por políticos acusados de corrupção de obstruir a Operação Lava Jato. Janot citou a “solução Michel”, no inquérito em que pede investigação contra o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o ex-senador Sergio Machado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-presidente José Sarney.
De acordo com o procurador, o ‘plano’ elaborado pelo que chamou de ‘quadrilha’ foi colocado em prática logo após Temer assumir interinamente a Presidência, em maio de 2016.
Previdência – Para o líder Zarattini, além de tentar se livrar das investigações da Lava Jato, os golpistas têm outro objetivo grave: destruir os direitos do povo brasileiro conquistados ao longo de décadas. Os principais retrocessos articulados por Temer são o desmonte da Previdência Social e da legislação trabalhista. “No caso da reforma da Previdência, o governo promove verdadeiro terrorismo, gastando milhões de reais para tentar convencer o povo de que a mudança que pretendem é necessária. O PT, os movimentos sociais e as centrais sindicais vão lutar contra esses retrocessos”, afirmou o líder.
Petrobras – Em outra vertente, os golpistas querem “demolir as empresas nacionais, a começar pela Petrobras”, denunciou Zarattini. Segundo ele, o governo usurpador Temer quer apequenar a Petrobras, tirando-a da 5º posição do ranking das maiores empresas de petróleo do mundo para um lugar inexpressivo, com a abertura total do pré-sal para as petroleiras estrangeiras. “As multinacionais querem abocanhar o pré-sal, o que vai impedir a industrialização e o uso dos recursos do petróleo para o desenvolvimento do Brasil. Essa é a lógica do governo Temer – entregar as riquezas nacionais para os estrangeiros”, disse Zarattini.
Equipe PT na Câmara
Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCâmara