O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), comemorou hoje (3) os 64 anos da Petrobras, mas advertiu que a estatal, criada por Getúlio Vargas com o ‘’sangue e o suor dos brasileiros’’, corre sérios riscos sob o governo golpista Michel Temer. Ele lembrou que o presidente da empresa, Pedro Parente, é dono de uma consultoria para gestão de grandes fortunas e está fazendo a festa de grupos estrangeiros, ao fatiar e abrir mãos de ativos da Petrobras.
Zarattini observou, em artigo, que a estatal sempre gerou a cobiça de grupos estrangeiros. “E, com o governo atual, investidores externos encontraram prepostos para fazer o serviço entreguista. A Petrobras está sob ameaça e perde seu papel estratégico para o desenvolvimento nacional”.
Para o líder do PT, o fatiamento da Petrobras, juntamente com a privatização de outras estatais e de riquezas nacionais como o pré-sal, insere-se numa lógica subalterna do governo ilegítimo de Temer, que visa basicamente a destruir direitos do povo brasileiro e agradar aos interesses do setor financeiro e de grupos estrangeiros.
“O momento é crucial: ou resistimos ou vamos nos tornar uma mera colônia exportadora de matérias primas”, alertou o líder.
Leia a íntegra do artigo:
Petrobras, 64 anos: Temer é a maior ameaça à empresa
A Petrobras, uma das maiores conquistas do povo brasileiro, completa nesta terça-feira (3) 64 anos. Devemos comemorar a data, mas sabendo que hoje, com o governo Michel Temer, a empresa sofre as mais graves ameaças contra sua existência ao longo da história. Sob administração do tucano e privatista Pedro Parente, dono da Prada, empresa de consultoria para gestão de grandes fortunas privadas, a Petrobras está sendo fatiada e privatizada. Seus ativos são vendidos a preços irrisórios, fazendo a festa de grupos estrangeiros.
A estatal foi criada por Getúlio Vargas, depois da memorável campanha sob o lema “O Petróleo é Nosso”. A Petrobras custou o sangue e o suor dos brasileiros e se tornou uma das maiores empresas petrolíferas do planeta. Desde sempre, gerou a cobiça de grupos estrangeiros. E, com o governo atual, investidores externos encontraram prepostos para fazer o serviço entreguista. A Petrobras está sob ameaça e perde seu papel estratégico para o desenvolvimento nacional.
Mas a sociedade brasileira começa a reagir contra os desmandos entreguistas e antinacionais de Temer. Nesta terça, 3, no centro do Rio, haverá um ato com a participação de diversas categorias profissionais em defesa das empresas públicas e da soberania nacional. Começa com uma concentração diante do prédio da Eletrobras, outra empresa estratégica na mira privatista do governo atual e segue até o prédio da Petrobras. Os manifestantes passam também pelo BNDES, banco estatal de fomento vital para os interesses nacionais e igualmente sob ataque de Temer e da quadrilha que assumiu o Palácio do Planalto.
Outra importante iniciativa foi a criação da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, em cerimônia realizada Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, na segunda-feira, 2. O movimento tem como objetivo promover um amplo debate sobre a agenda de privatizações do governo e apresentar uma proposta que possa garantir que os recursos naturais sejam usados no desenvolvimento nacional. A Frente também lançou um abaixo-assinado pela realização de um plebiscito revogatório das privatizações de Temer.
O ataque de Temer às riquezas nacionais e empresas públicas é o maior de nossa história. E a investida contra a Petrobras sintetiza a escandalosa política entreguista inaugurada com o golpe parlamentar que derrubou Dilma Rousseff. A empresa deve ser salva, impedindo-se e revertendo-se sua fragmentação, destruição e privatização.
É preciso restabelecer os planos de investimento da estatal, concluir as obras paradas, especialmente plataformas e refinarias. E retomar a política de conteúdo nacional e regional e de compras da Petrobras, para alavancar nossa economia, gerando empregos, renda e desenvolvimento.
A Petrobras é garantia de nosso passaporte para o futuro, assim como as reservas do pré-sal, que o atual governo praticamente doa a petroleiras estrangeiras, com o barril de petróleo vendido por menos do que uma garrafa de refrigerante. Trata-se de um dos episódios mais vergonhosos da história brasileira.
A reação de setores organizados da sociedade em defesa das empresas públicas tem importância estratégica para a defesa do futuro do País. Está em curso um verdadeiro desmonte sistemático das conquistas econômicas, sociais e trabalhistas do povo brasileiros conseguidas ao longo de décadas. É o momento de mobilização contra um governo cujo projeto principal é colocar o Brasil em liquidação, atuando a serviço dos interesses estrangeiros.
O consumidor corre o risco de pagar mais pelas contas de luz e pelos combustíveis, mas, pior do que isso, o que está em jogo é um país de extensão continental perder sua autonomia e capacidade de planejamento de desenvolvimento de longo prazo, ficando à mercê do mercado financeiro e de grupos externos.
O momento é crucial: ou resistimos ou vamos nos tornar uma mera colônia exportadora de matérias primas.
(Artigo publicado originalmente no Blg do Noblat, no dia 3 de outubro de 2017)
PT na Câmara