Em discurso na tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (5), o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) avisou a Jair Bolsonaro que haverá resistência às constantes ameaças e perseguições prometidas pelo presidente eleito e sua equipe. Segundo Zarattini, além de querer implantar a “Lei da Mordaça” no magistério, com a instituição da famigerada “Escola Sem Partido”, o ultradireitista, eleito em outubro, passou a perseguir funcionários do BNDES e a ameaçar de repressão políticos contrários às suas ideias.
“Vem aqui um líder do PSL ameaçar os políticos de repressão, e dizer que esta Casa será pressionada. Pressionada como? Pressionada como o ex-juiz Sérgio Moro afirma que vai restabelecer a força-tarefa para perseguir políticos? Essa é a proposta que eles têm, a proposta de exercer o poder de repressão do Estado para que as suas medidas absurdas sejam aprovadas por esta Casa”, denunciou.
Zarattini esclareceu que no Poder Legislativo esse tipo de procedimento não será acolhido. O parlamentar lembrou que o presidente eleito e sua cúpula precisam entender que além de a ‘Casa do Povo’, o Poder Legislativo é um ambiente de debate e de embate político.
“Aqui, nós vamos ter, sim, um ambiente de debate político. Não venham aqui perseguir e pressionar deputados para que votem sob pressão. Vamos fazer um debate político de cada uma dessas medidas e das suas implicações para o povo brasileiro e para o futuro da Nação”, avisou Zarattini.
O parlamentar adiantou ainda que a bancada da resistência estará atenta a qualquer proposta que vise solapar mais direitos dos trabalhadores e comprometer a soberania nacional. “Nós vamos combater a proposta de entrega das nossas empresas e do patrimônio do pré-sal, como eles querem fazer, inclusive sem votar aqui a lei da cessão [onerosa], para que seja feito unicamente através de licitação sem partilhar recursos sequer com os governadores e prefeitos”, anunciou.
O petista disse que quer se aliar a todos os ambientalistas para mobilizar contra a exploração da Amazônia que, segundo ele, passa também pela extinção das reservas indígenas ou da modificação do seu estatuto, “para que ali entre a mineração sem limites e leve a nossa riqueza sem qualquer dó, sem qualquer piedade”.
“Nós vamos combater a entrega do nosso patrimônio mineral. O Governo Temer já avançou em muito o sinal da entrega de riquezas minerais na Amazônia, que vão empobrecer o nosso povo e vão empobrecer o patrimônio ambiental e ecológico, porque vão transformar a Amazônia num queijo suíço”, criticou.
Benildes Rodrigues