Youssef: Aécio Neves recebeu propina de Furnas

cpi lista furnasEm sessão da CPI da Petrobras nesta terça-feira (25), que realizou uma acareação que durou cinco horas entre o doleiro Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, deputados tucanos abusaram da tentativa de encobrir as intricadas relações do PSDB com a corrupção. Sem sucesso.

“O senhor confirma que Aécio recebeu dinheiro da corrupção de Furnas?”, indagou o deputado Jorge Solla (PT-BA).  

“Eu confirmo por conta do que eu escutava do deputado José Janene, que era meu compadre e eu era operador dele”, respondeu Youssef.

O senador Aécio Neves – ex-presidenciável e atual presidente do PSDB – não foi o único tucano a ser citado nas falas dos delatores durante a acareação. O ex-presidente da legenda e ex-senador Sérgio Guerra, já falecido, também foi lembrado.

Ao ser questionamento pelo deputado Valmir Prascidelli (PT-SP) sobre o pagamento de R$ 10 milhões a Sérgio Guerra para impedir à época a instalação de uma CPI para investigar a Petrobras, Youssef respondeu: “Na época, eu fiquei sabendo [do fato] tanto pelo senhor Paulo Roberto Costa quanto pela empresa que fez o pagamento a Sérgio Guerra; e a empresa foi a Queiroz Galvão”.

Em seguida, Paulo Roberto deu detalhes de como ocorreram as tratativas do pagamento da propina. “Fui procurado, na época, pelo senador Sérgio Guerra, juntamente com o deputado Eduardo da Fonte. Tivemos, se não me engano, três reuniões, e depois foi pago pela Queiroz Galvão esses R$ 10 milhões para que a CPI naquela época não prosseguisse”, disse o depoente.

Outro parlamentar do ninho tucano que foi citado já no fim da acareação foi o senador Álvaro Dias. O relator Luiz Sérgio (PT-RJ) perguntou a Youssef se ele em algum momento teve um jato alugado para a prefeitura de Maringá (PR) e se algum político havia utilizado o jato. “Na época, eu fiz a campanha do senador Álvaro Dias, e parte dessas horas voadas foram pagas pelo Paolicchi [Luiz Antônio Paolicchi], que foi secretário de Fazenda da Prefeitura de Maringá; e [outra] parte foram doações que eu fiz das horas voadas”, informou o doleiro, sem especificar o período ao qual se referia.

Durante a reunião da CPI, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), além de expor a incoerência de tucanos, citou ainda os parlamentares do DEM, que, juntamente dos tucanos, fazem da CPI da Petrobrás “um palco para o exercício da demagogia” e buscam “encobrir o passado de seus partidos, marcado por escândalos de corrupção”.

Pimenta denunciou a atuação da oposição que trabalha para que só “meia corrupção” seja investigada e criticou os trabalhos da CPI, que decidiu por não apurar o pagamento de propina na estatal durante os governos FHC. “Se observarmos alguns episódios de maior repercussão do governo FHC, vamos ver que o Alberto Youssef estava lá. Se formos na CPI da Banestado, quem estava lá? O Youssef e o Ricardo Sérgio. Quem é Ricardo Sérgio? O tesoureiro da campanha do José Serra. Agora, na denúncia do Janot aparece o Júlio Camargo juntamente com um cidadão chamado Gregório Marin Preciado. Quem é o Gregório? Primo do Serra, sócio do Serra. capítulo 8 da Privataria Tucana”, citou Pimenta.

Clique nas matérias abaixo para saber mais sobre o caso Furnas e o envolvimento de Aécio Neves:

Petistas apresentam provas à PGR para investigar Aécio Neves por esquema em Furnas

Deputados pedem ao STF investigação da Lista de FurnasDeputados pedem ao STF investigação da Lista de Furnas

PT na Câmara com Assessoria Parlamentar
Foto: Salu Parente/PT na Câmara

 

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