Diante da identificação de uma variante do coronavírus na África do Sul, a Ômicron, é preciso que as autoridades se mantenham vigilantes para impedir uma nova onda de Covid-19 no país, alerta o governador do Piauí, Wellington Dias. Presidente do Consórcio Nordeste e coordenador do tema das vacinas no Fórum dos Governadores, Dias defende a exigência de um passaporte vacinal para turistas, um comprovante de imunização para estrangeiros e brasileiros que cheguem ao país. A medida foi proposta pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa). O governador também adverte para a necessidade de ampliação da vacinação na população.
“Estamos focados em evitar a entrada no Brasil da nova variante”, assegurou o governador, em declaração ao Painel, da Folha de S. Paulo, neste fim de semana. Wellington Dias chama a atenção para a importância de o país atingir 80% da população imunizada no próximo mês, para assegurar maior proteção contra casos graves da doença, reduzindo o risco de óbitos.
“Veja que está caracterizado uma nova onda em várias partes do mundo, e por isto os cuidados no Brasil devem prosseguir, mas já sem colapso na rede hospitalar ou elevado número de óbitos como chegamos há alguns meses atrás”, explicou à coluna.
O mundo não pode tratar as vacinas contra a Covid-19 como mercadoria ou privilégio de alguns. Elas são um direito universal e um requisito obrigatório se quisermos superar a pandemia e eliminarmos o risco de novas variantes. https://t.co/R3b1k6Wywj
— Lula (@LulaOficial) November 28, 2021
Lula volta a defender vacina universal
Preocupado com a segurança das populações mais vulneráveis dos países mais pobres, o ex-presidente Lula voltou a defender o acesso universal às vacinas contra a Covid-19. “O mundo não pode tratar as vacinas contra a Covid-19 como mercadoria ou privilégio de alguns”, escreveu Lula, pelo Twitter. “Elas são um direito universal e um requisito obrigatório se quisermos superar a pandemia e eliminarmos o risco de novas variantes”, afirmou o ex-presidente.
Notório defensor da quebra de patentes das vacinas, Lula tornou-se signatário, no meio do ano, de um manifesto internacional por vacinas gratuitas, iniciativa do Yunus Centre, do Nobel de Economia Muhammad Yunus.
Países ricos gastam bilhões de U$ e E$ em pesquisas e missões astronáuticas, voos espaciais p/ bilionários. Basta reduzir esses investimentos e aplicar numa política global de distribuição de renda, proteção ambiental e combate à fome. Recursos existem. A prioridade esta errada
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) November 28, 2021
Participam do manifesto 105 personalidades globais, entre ex-chefes de estado, prêmios Nobel, empresários, líderes religiosos e ativistas como Malala Yousafzai, Bono Vox, Anne Hidalgo, Adolfo Pérez Esquivel, Mikhail Gorbachev,Mary Robinson, George Clooney, Desmond Tutu, Mo Ibrahim , Matt Damon, Leymah Gbowee, Romano Prodi, Vicente Fox e Samuel Khan, entre outros.
Padilha critica “imobilidade do G20”
O ex-ministro da Saúde e deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) manifestou preocupação de que novas variantes sejam mais resistentes às vacinas, o que colocaria em risco os programas de imunização. Em entrevista à Revista Fórum, na manhã desta segunda-feira (29), Padilha também criticou a desigualdade na distribuição das doses e o que classificou como “imobilidade do G20”.
“Por mais que a ciência tenha sido rápida, recorde no desenvolvimento da vacina, infelizmente o mercado, a ganância, a vontade de querer lucrar e a incapacidade dos governos, principalmente das nações mais ricas, a imobilidade do G20, a incapacidade dos organismos multilaterais como a ONU e a OMS, não faz com que essa vacina chegue o mais rápido possível no braço da população mundial”, definiu.
“Os países africanos foram uma vez mais discriminados. Já não se trata apenas de falta de solidariedade. Trata-se de agir contra a ciência e contra a humanidade” #VacinaParaTodosJá https://t.co/zE8RYOaDyn
— Lula (@LulaOficial) November 29, 2021
Nesta segunda, o G7, que reúne as nações mais ricas do mundo, irá reunir os ministros da Saúde que integram o grupo para discutir estratégias de combate à nova cepa.
Da Redação, com Folha, lula.com.br e Revista Fórum