O deputado Wadih Damous (PT-RJ) repudiou veementemente, em discurso na Tribuna, a apologia à tortura e aos torturadores feita reiteradamente pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-SP). Na avaliação de Wadih Damous, a apologia à tortura é crime. “Repudio, em nome da bancada do PT, em nome da bancada do PCdoB, em nome da bancada do PSOL, em nome de todos aqueles que nesta Casa prezam a democracia, prezam a legalidade democrática, respeitam e lutam pelos direitos humanos, dizer que apologia à tortura é crime. E o deputado (Jair Bolsonaro) que sobe a esta tribuna para fazer apologia à tortura e enaltecer torturadores não merece continuar exercendo o mandato que lhe foi conferido pelas urnas”, afirmou.
Wadih Damous criticou Jair Bolsonaro que, além de enaltecer torturadores, debochou de um desaparecido político, vítima dos porões da ditadura militar que imperou no Brasil por 20 anos. Damous se referiu a Fernando Santa Cruz , um dos símbolos da resistência estudantil à ditadura militar, desaparecido há 40 anos.
“Quero aqui reviver a memória de Fernando Santa Cruz. Quero responder a esse ataque mesquinho, fascista, menoscabando e debochando da memória de um jovem brasileiro, desaparecido político, que pagou com a vida a sua generosidade, a sua luta pela democracia. Fernando Santa Cruz honra a história do Brasil, a Família Santa Cruz, seus irmãos, seus tios, seus pais, honram as tradições democráticas do povo brasileiro e não podem ser objeto dessa assacada fascista, dessa assacada mesquinha, que tem que acabar aqui no Brasil”, ressaltou o parlamentar petista.
Se nós temos eleições hoje, acrescentou Wadih Damous, “é graças a pessoas como Fernando Santa Cruz, que lutaram e pagaram, com a sua própria vida, para que nós reconquistássemos a nossa democracia e conseguíssemos instituir eleições livres aqui no Brasil”, reforçou.
“Infelizmente, vivemos hoje um paralelo com aqueles tempos. Se hoje não são os militares que estão perpetrando o golpe de Estado no Brasil e na América Latina, o golpe, hoje, é dado por engravatados. Hoje, o golpe é dado por aqueles que, em vez de honrarem o seu mandato, traem o Brasil, traem a democracia, traem os direitos humanos e tentam tirar do governo uma mulher honesta, legitimamente eleita por 54 milhões de votos dos brasileiros. Entrarão para a história como golpistas, assim como seus antecessores, torturadores, assassinos e estupradores como Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido pela Justiça brasileira como torturador”, finalizou o deputado Wadih Damous.
Gizele Benitz
Foto: Gustavo Bezerra
Mais fotos: www.flickr.com/photos/ptnacamara
