Ao se pronunciar em defesa do mandato da presidenta Dilma Rousseff na comissão especial que analisa o pedido de impedimento do qual ela é vitima, o deputado Wadih Damous (PT-RJ) apontou a fragilidade do parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO). “O relatório integra o jogo político que está em voga no país e, como peça jurídica, é imprestável de cabo a rabo”, disse Damous.
Ainda, conforme apontou o deputado, o relatório é frágil porque precisou de 150 páginas para dizer que houve “indícios” de crime de responsabilidade. E, ainda, o relator disse que não entraria no mérito, mas o relatório apontou que isso foi feito o tempo todo.
“É preciso que os autores venham esclarecer coisas que não conseguiram fazer. Ao esclarecer o que era o pedido (de impeachment), mostrou absoluta inconsistência, tanto do pedido quanto daquilo que o deputado Eduardo Cunha delimitou para ser caracterizado como crime de responsabilidade. Só que não é. Por isso que nós dizemos que é golpe”, sustentou.
Wadih Damous alertou que uma eventual aprovação do pedido de impeachment, a partir de um golpe que a oposição tenta perpetrar contra a chefa do Executivo, pode provocar uma “barbárie social”.
“Isso deixa um alerta ao povo brasileiro do que advirá caso esse golpe que se tenta perpetrar nesta Casa venha a ter sucesso. Eu afirmo, a quem quiser ou não ouvir – nós teremos um cenário de barbárie social.
Barbaridade em termos de direitos sociais, programas sociais que serão, com toda a certeza, revogados”, denunciou Wadih. Esse cenário de barbárie, segundo o petista, está previsto no “Programa para o Futuro” gestado pela ala do PMDB que, recentemente, abandonou o governo.
O deputado avaliou também que a maioria do povo brasileiro não vai compreender esse processo, onde uma presidenta da República corre o risco de ser impedida de exercer o seu mandato porque não cumpriu a meta fiscal, enquanto o seu acusador, aquele que abriu o processo contra ela, é réu no Supremo Tribunal Federal por crime de corrupção e lavagem de dinheiro, se referindo ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
“O povo não vai entender isso. O povo entende que o pagamento do Bolsa Família, do FGTS e dos programas sociais, se ela fez para honrar esses pagamentos, ela tem que ser aplaudida e não impedida”, observou.
Ainda, sobre o relatório, Wadih criticou a falta de consistência nos discursos feitos pela oposição em defesa das 150 páginas apresentadas na comissão. Ele disse que se ocupasse o lugar do relator, nomearia um “defensor dativo” (aquele que não pertence à defensoria, mas assume o papel de defensor público) para defender o relatório. “Até agora ninguém aqui pegou o microfone para defender o relatório e destacar os pontos mais importantes do texto ou para dizer por que o documento é vago”, afirmou.
“Basta ver a desatenção daqueles que estão inscritos aqui para falar a favor do relatório. Ninguém se debruça aqui para dizer que houve crime de reponsabilidade por isso, isto ou aquilo”, concluiu.
Benildes Rodrigues
Foto: Divulgação
Ouça o Deputado Wadih Damous na Rádio PT
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