O termo de cooperação assinado pelo Ministério da Saúde com a Organização Panamericana de Saúde (Opas) para contratar coletivamente médicos de Cuba para atuar no Brasil não tem motivação ideológica. A afirmação é do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, que participou de audiência pública hoje (22), na Câmara. “A contratação dos médicos cubanos não tem viés ideológico, tem viés humanitário, tem a ver com a carência de profissionais em áreas do Brasil”, reforçou o ministro.
O ministro Patriota explicou que a contratação dos médicos cubanos por meio de cooperação demonstra que o Brasil está procedendo de maneira correta. “ O fato de a contratação ter sido operacionalizada por intermédio do termo de cooperação com a Organização Panamericana de Saúde garante que nós estejamos procedendo nas melhores práticas internacionais. Se houver qualquer incoerência nestas ações ou com aspectos de legislação trabalhista internacional, tenho certeza que a Opas será a primeira a zelar para que isto seja corrigido”, acrescentou.
Ainda de acordo com o ministro, a seleção de médicos cubanos ocorreu porque eles têm disposição para realizar atendimento em cidades carentes de assistência. “Têm muitos médicos cubanos dispostos a fazer este tipo de trabalho. Talvez não tenha, por exemplo, muito médico austríaco disposto a trabalhar no interior do Brasil nas condições que nós estamos querendo atrair, ou seja para trabalhar em áreas carentes do nosso País”, disse Patriota.
O deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), presidente da Comissão de Relações Exteriores e que coordenou a audiência pública, reforçou a importância da contratação dos médicos cubanos para suprir a carência de médicos em municípios brasileiros com menos índice de desenvolvimento humano (IDH) e que estão localizados longe dos grandes centros urbanos. “A preocupação do governo é com a qualidade da prestação do serviço e do atendimento à saúde”, afirmou Pellegrino. O deputado lembrou ainda que o contrato dos médicos é temporário e em regime especial.
Mais Médicos – O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (21) que, até o fim do ano, 4 mil médicos cubanos vão chegar ao Brasil para atuar nas cidades que não atraírem profissionais inscritos individualmente no Programa Mais Médicos.
Participaram também do debate com o ministro Patriota a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) e os deputados Dr. Rosinha (PT-PR); Carlos Zarattini (PT-SP); Jesus Rodrigues (PT-PI); Leonardo Monteiro (PT-MG); e Rogério Carvalho (PT-SE).
Vânia Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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