O deputado Vicentinho (PT-SP) ocupou a Tribuna nesta segunda-feira (8) para manifestar solidariedade ao deputado José Genoino (PT-SP) que, em março último, foi vítima de uma sucessão de ofensas transmitidas em TV aberta numa suposta reportagem produzida pelo Programa CQC.
“A irreverência é aceitável. Mas essas coisas têm limite. Estamos lidando com seres humanos e isso não pode acontecer com ninguém. É uma crueldade o que foi feito dessa vez. Uma crueldade inaceitável!”, afirmou Vicentinho.
O deputado José Genoino foi vítima de uma sucessão de ofensas proferidas pelo ator do programa humorístico que se fazia de jornalista. Sem obter a atenção do deputado, a equipe utilizou um garoto que se passou por filho de um militante do PT para conseguir acesso ao gabinete do parlamentar. Genoino recebeu a criança, foi atencioso e respondeu a todas as perguntas feitas por ela, sem saber da gravação.
De acordo com o deputado Vicentinho, é necessário discutir o direito democrático da comunicação. “A televisão é um patrimônio público, é uma concessão pública, não pode funcionar com quatro pessoas, com quatro famílias dizendo o que querem, alienando o nosso povo, muitas vezes invertendo a verdade e colocando as notícias de acordo com seu interesse político e ideológico. Nos enganam quando usam programas alienantes”, frisou o parlamentar petista.
Postura – No dia seguinte à exibição da matéria, diversos jornalistas e blogueiros se posicionaram contra a postura do programa, tanto por sua abordagem agressiva à Genoino, quanto pela prática de enganar o deputado se utilizando ainda de uma criança, na tentativa de constrangê-lo. A repercussão negativa do programa culminou com diversas manifestações em apoio a Genoino nas redes sociais.
O conselheiro nacional do Ministério Público, Luiz Moreira, já representou ao Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal e ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (Promotoria de Justiça de Defesa da Infância e da Juventude) para a verificação da legalidade no ato do programa de TV, tanto nas questões trabalhistas como nas de direito à criança.
Gizele Benitz