O deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB-BA), um dos mais ferrenhos defensores da ética e da moralidade, tem seu nome ligado ao esquema de superfaturamento nas obras do metrô de Salvador, em 1999. Nesse período, o deputado, que hoje atua na vice-presidência da CPI da Petrobras, era prefeito da capital baiana. As empresas envolvidas no esquema são Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Siemens.
O superfaturamento nesse empreendimento foi detectado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A suspeita de desvio, segundo o órgão, atinge a casa de R$ 568 milhões (valores atualizados pelo IPCA). Segundo o TCU, a obra executada pelas três empresas levou mais de 14 anos para ser concluída e consumiu mais de R$ 1 bilhão dos cofres públicos.
Para o deputado Afonso Florence (PT-BA), membro da CPI da Petrobras, todos os fatos devem ser apurados. Para ele, o caso específico do metrô baiano, que tem como foco a gestão do então prefeito Antônio Imbassahy, derruba a máscara da moralidade do PSDB. “Essa denúncia do TCU sobre Imbassahy derruba o discurso da oposição de que os nãos petistas são inocentes das denúncias que lhes recaem. Agora, ele (Imbassahy) vai ter que se explicar. E é claro que ele terá o direito de defesa”, observou Afonso Florence.
MP – Já o Ministério Público Federal acusa as empresas envolvidas no esquema do metrô de Salvador de participarem também nas denúncias de propinas na Petrobras. Essas empresas serão investigadas pela CPI da Petrobras e um dos condutores dessa investigação é o tucano, vice-presidente da CPI, Antônio Imbassahy.
“Nesse momento, o PSDB forma maioria com o PPS e o DEM na CPI. Ali, ao invés de investigar, cria-se fato político para atingir o PT”, reclamou Florence.
De acordo com as investigações do MP, documentos apreendidos revelam que houve formação de um consórcio camuflado envolvendo as empreiteiras Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Constran e Alstom que também participariam das obras do metrô de Salvador.
A prestação de contas de campanha do vice-presidente da CPI da Petrobras, Antônio Imbassahy, mostra que o parlamentar tucano recebeu doações de R$ 30 mil da Braskem, empresa ligada à Odebrecht, R$ 250 mil da OAS e R$ 76,8 mil da UTC. Até a presente data, a CPI não aprovou nenhum requerimento para convocar ou quebrar os sigilos dessas empresas.
“Até hoje só ouvimos José Sérgio Gabrielli, Graça Foster, Pedro Barusco. Agora querem levar o Vaccari. Não conseguimos levar, por exemplo, Fernando Baiano, Meirelles, Alberto Yousseff que são pessoas que, de certa forma, podem chegar ao pessoal da oposição”, esclareceu o deputado.
Metrô – Cabe aqui lembrar que as multinacionais Siemens e Alstom estão envolvidas no esquema de corrupção em contratos, licitações, execução de obras e manutenção de linhas de trens (CPTM) na gestão dos governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB.
Benildes Rodrigues com Agências