Veja assume que mentiu a respeito de sobrinho de Lula, cuja família denunciou repórter à polícia

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A Veja Brasília, da Editoria Abril, publicou um comunicado na segunda-feira (2) assumindo que a nota “Celebração Estrelada”, assinada por Ulisses Campbell e publicada na edição de 18 de fevereiro, está errada. O texto falava sobre os preparativos da festa de aniversário de um sobrinho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Distrito Federal.

A publicação se desculpou com o político e com sua família pelos transtornos causados “mesmo que a nota não tivesse conotação negativa”, segundo o esclarecimento. Divulgado na coluna ‘Nas Asas do Planalto’, o texto falava sobre a “balada mirim”, que reuniria 180 crianças ao custo de R$ 220 mil. De acordo com a revista, a quantia teria sido paga em dinheiro vivo. Outro ponto que chamou atenção dos leitores foi a informação do colunista de que cada convidado da festa receberia um iPad.

Divulgado na edição do dia 18 de fevereiro, o texto afirmava que o evento reuniria ao menos 180 crianças e distribuiria iPads com uma mensagem gravada por Léo Moura, lateral do Flamengo, incentivando a prática de esportes. Também informava que a família teria pago a organização da festa em “dinheiro vivo”, acumulando um gasto de quase R$ 220 mil.

“Repudiamos a divulgação reiterada de notícias falsas sobre o ex-presidente que tem acontecido por perfis apócrifos nas redes sociais ou por veículos jornalísticos pouco responsáveis com seus leitores”, desmentiu o Instituto Lula, em nota divulgada no dia seguinte a publicação. “Lula não tem nenhum sobrinho com este nome residindo em Brasília”.

A família de Frei Chico, irmão de Lula, chegou a registrar Boletim de Ocorrência, relatando ter sido perseguida pelo jornalista da publicação. Na queixa, está dito ainda que Campbell assediou a família com ligações telefônicas forjando outras identidades para conseguir informações.

Além disso, o jornalista se passou por entregador de livros para invadir o condomínio em que a família reside. Na ocasião, o repórter de Veja chegou a interrogar a babá do filho de Frei Chico, questionando sobre os horários de saída e chegada dos moradores.

Para o deputado Valmir Prascidelli (PT-SP), a atuação “antiética e antijornalística” da Veja nesse caso apenas confirma a sua “tradição de promover ataques” ao PT e ao ex-presidente Lula. “A Veja é um veículo que nem deveria ser chamado de órgão de imprensa, pois presta um desserviço à democracia ao produzir esse tipo de publicação e, pior ainda, ao colocar um funcionário seu para cometer atos ilícitos, como a invasão de propriedade privada. Com uma atuação que beira o crime, ela demonstra que não possui qualquer escrúpulo e que não merece o respeito da população. Seus conteúdos invariavelmente visam apenas defender a sua visão política e não têm qualquer compromisso com a verdade dos fatos”, criticou Prascidelli.

A mentira foi republicada por “celebridades” da Internet, como Felipe Moura Brasil, colunista da Veja, o comediante Danilo Gentilli, o videoblogger Felipe Neto, entre outros. Nenhum deles publicou a nota de Veja Brasília que desmente a farsa assinada por Ulisses Campbell.

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