Um dia após ler em plenário seu relatório que fixa em 7% o índice de reajuste dos aposentados que ganham mais do que o salário mínimo, o líder do Governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse estar otimista quanto à votação da medida provisória 475.
“Vamos criar maioria na Casa”, afirmou, ressaltando que o líder do Governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também defenderá os 7%.
Em relação à base aliada no Senado, Vaccarezza disse que representantes de PDT, PP e PR já fecharam com a proposta do governo. Não há ainda consenso entre os peemedebistas, acrescentou.
O líder do Governo acredita que a proposta pode ser votada na próxima terça-feira (4) pela Câmara. Ele assegurou que ao governo interessa votar a MP o quanto antes. “O presidente Lula me pediu textualmente: ‘votem a MP’. Não há interesse do governo em postergar”, disse Vaccarezza.
De acordo com o líder, na terça-feira o ministro Carlos Eduardo Gabas, da Previdência deverá vir à Câmara conversar com os parlamentares da base; também participará Nelson Machado, representando o ministro Guido Mantega, da Fazenda.
Ficha Limpa – Quanto ao projeto Ficha Limpa (PL 518/09), Vaccarezza lembrou que a urgência para a votação só foi possível graças ao apoio do PT e do PMDB. “Agora o texto está bom”, comentou o líder, referindo-se às modificações feitas no projeto pelo deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP). O formato anterior, de autoria do deputado Índio da Costa (DEM-RJ), continha “erros insanáveis”, de acordo com Vaccarezza.
Para ele, falta ainda corrigir alguns pontos, como a condenação da pessoa por associação de classe ser impeditiva de sua candidatura. “A condenação tem de vir da Justiça, não de uma entidade de classe”, argumentou.
Sandra Crespo