O deputado Valmir Assunção (PT-BA) denunciou em pronunciamento no plenário o assassinato hoje (2) do dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), Fábio dos Santos Silva, morto com 15 tiros na frente de sua companheira e de uma criança. O crime aconteceu próximo a Iguaí, no sudoeste baiano. “Me pergunto quantas vezes os nossos camponeses e trabalhadores serão assassinados? É esse tipo de ação, com o uso da pistolagem covarde e cruel, que estamos convivendo no campo brasileiro. Esse assassinato, com claros sinais de execução, não pode ficar impune”, afirmou Valmir Assunção.
O parlamentar explicou que segundo relato da própria companheira de Fábio, uma moto interceptou o carro em que estavam e o executaram. “Esse líder camponês já era ameaçado de morte na região de Iguaí, onde o latifúndio não aceita a democratização da terra, nem a presença dos três assentamentos e do acampamento existente no local”, disse.
Violência – O deputado Valmir Assunção citou ainda balanço preliminar sobre a violência no campo divulgado pela Comissão Pastoral da Terra e que mostra que no ano passado houve 36 homicídios em conflitos agrários no país. O número representa um crescimento de 24% em relação a 2011, que registrou 29 casos.
“Todos os anos esses números nos assustam, sem que o Estado tome uma providência estruturante. A democratização da terra é a principal destas medidas. Parafraseando o presidente Lula, nunca antes na história deste país a reforma agrária com a democratização da terra foi tão necessária. As estatísticas estão aí para dizer que os nossos camponeses e camponesas estão morrendo. Então, precisamos de formas de coibir a violência, punindo os assassinos e fazendo com que a Constituição seja cumprida no que diz respeito a função social da terra”, ressaltou Valmir Assunção.
Gizele Benitz