Foto: Gustavo Lima
O deputado Valmir Assunção (PT-BA) registrou em plenário a divulgação do relatório Conflitos no Campo Brasil 2013, pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), e que apontam aumento na violência contra os povos indígenas. “A violência no campo ainda é preocupante, pois revela que a reforma agrária, a demarcação das terras indígenas e dos quilombolas, enfim, a luta contra a concentração de terras e o latifúndio, ainda está longe de ter uma solução nesse País”, disse o petista.
Segundo o relatório, 34 pessoas morreram em conflitos agrários no ano passado, 15 eram índios. São também indígenas 10 das 15 vítimas de tentativas de assassinato, e 33 das 241 pessoas ameaçadas de morte. “Um dado que chama a nossa atenção é que os estados do Mato Grosso do Sul e Bahia, onde o agronegócio tem forte atuação, são os dois lugares de maior incidência da violência contra os povos indígenas”, afirmou Valmir Assunção.
“Os conflitos no campo continuam acontecendo em grande escala no Brasil, envolvendo não apenas os trabalhadores rurais sem terras, com o MST sendo o principal protagonista da luta pela reforma agrária, e por isso vem sendo alvo de constantes campanhas de criminalização da sua luta, mas também os quilombolas e os povos indígenas. E tudo porque lutamos por nossos direitos que estão assegurados na Constituição Federal de 1988”, ressaltou o parlamentar petista.
Ainda segundo os dados da CPT, os indígenas representam 238 das 829 vítimas de assassinatos, ameaças de morte, prisões, intimidações, tentativas de assassinato e outras. O relatório aponta que, em geral, a violência é acompanhada de processos expropriatórios.
O número de pessoas presas em 2013 (99) também cresceu 44,4% em relação a 2012, segundo a CPT. Essas prisões ocorreram nos estados do Rio de Janeiro, Pará, Mato Grosso do Sul e Rondônia e estiveram relacionadas principalmente a conflitos com indígenas.
Gizele Benitz