Foto: Gustavo Bezerra
O deputado Valmir Assunção (PT-BA) registrou em plenário dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgados na segunda-feira (13) e que apontam que as ocorrências de violência contra pessoas em conflitos no campo em 2014 cresceram. “Para se ter uma ideia, o número de assassinatos passou de 34 em 2013, para 36 em 2014, um aumento de 6%. E desses 36 mortos, 11 eram sem-terra. Isto mostra que o latifúndio no Brasil está agindo com liberdade para cometer os crimes no campo brasileiro”, afirmou o petista.
Segundo dados do Relatório Anual Conflitos no Campo, da CPT, o crescimento da violência se deu na região Centro- Oeste, onde o número de assassinatos passou de 6 para 8, 33% a mais, e no Sul, de 1 para 3, 200% a mais. Na região Norte o número se manteve igual, 14 assassinatos tanto em 2013, quanto em 2014. Já na região Nordeste o número teve declínio de 10 para 9, e no Sudeste de 3 para 2.
O estado com o maior número de registros de assassinatos é o Pará, 9. Rondônia e Mato Grosso vêm a seguir com 5. O Pará apresentou crescimento de 50% no número de assassinatos (6 em 2013, 9 em 2014) e Rondônia 400% (1 em 2013, 5 em 2014).
Em 2014, ainda segundo os dados da violência no campo, se sobressai o número de mulheres assassinadas em conflitos (8), 22% do total, como também o fato de que cinco das pessoas assassinadas haviam recebido ameaças de morte, todas lideranças, sendo uma mulher.
Mas o que mais chama a atenção em 2014, de acordo com o relatório da CPT, é o aumento no número de tentativas de assassinato. De 15 tentativas em 2013, o número saltou para 56 em 2014, crescimento de 273%. Esse crescimento se deu em todas as regiões do Brasil, menos no Centro-Oeste, onde o número caiu de 7 para 3. No Nordeste as tentativas cresceram de 5 em 2013, para 11 em 2014, 120%; no Norte de 0 para 32, 3.200% (28 delas no Pará); no Sudeste de 1 para 7, 600% e no Sul de 2 para 3, 50%. Por outro lado, o número de registros de ameaças de morte recuou de 241 em 2013, para 182 em 2014, – 24%.
Gizele Benitz