Uma audiência pública convocada pelo presidente do Parlamento do Mercosul, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), aconteceu nesta quarta-feira (16), no Senado, para discutir emenda aditiva do deputado Sérgio Souza (PMDB-PR) que pretendia transformar a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Universidade Federal do Oeste do Paraná (UFOPR). No entanto, segundo Chinaglia, o deputado governista formalizou na terça-feira (15), a retirada da emenda aditiva apresentada à Medida Provisória n° 785 de 2017 sobre o tema.
A proposta descaracterizaria a identidade da Unila, em Foz do Iguaçu, acabando com a proposta de integração da América Latina, através do ensino superior e dividindo os cursos em mais três cidades da região.
Para Chinaglia e para os debatedores convidados que compareceram à reunião de hoje, do Ministério da Educação, Nara Maria Pimentel; o reitor da Unila, professor Gustavo Oliveira Vieira e o representante do Ministério de Relações Exteriores, embaixador Gustavo Barbosa, houve convergência sobre a proposta em manter e ampliar a Unila para o Mercosul.
Anteriormente, a emenda proposta por Souza, causou espanto na comunidade acadêmica e gerou manifestações de apoio à Unila pelas redes sociais, denominada “#UnilaResiste”.
A Unila foi fundada em 2010, e conta hoje com cerca de três mil alunos em 28 cursos, oferecendo metade das vagas para estudantes brasileiros e metade para estrangeiros. No decorrer deste ano, realizou 160 projetos de extensão e 326 de pesquisa. Tais ações beneficiam mais de 115 mil pessoas de 20 municípios da região-fronteiriça.
A Universidade conta ainda com 3.500 alunos matriculados, de diversas partes do Brasil e de outros 19 países da região e oferece 22 cursos de bacharelado, sete cursos de licenciatura e 13 cursos de pós-graduação.
Arlindo Chinaglia salientou que mesmo com a retirada da proposta do deputado paranaense, o debate vai continuar por entender que o eventual fim da universidade seria “uma perda de difícil mensuração para o Estado brasileiro na geopolítica”, uma vez que iria na contramão da integração do Brasil com outros países.
(José Mello)