Unasul convocará presidentes do bloco para reaproximar Venezuela e Colômbia

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Depois de mais de cinco horas de debate, os chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) não chegaram a um consenso sobre a criação de mecanismos para conter a crise entre a Colômbia e Venezuela e decidiram repassar aos presidentes do bloco a tarefa de reaproximar os dois países. A reunião extraordinária da Unasul terminou na madrugada desta quinta-feira (30) em Quito, capital do Equador.

Os chanceleres do bloco debateram um acordo proposto pelo Brasil, que contemplava “o compromisso de manter a América do Sul como zona de paz, de resolver diferenças por meios pacíficos” e a promessa de “lutar contra grupos ilegais, em especial os que são vinculados ao narcotráfico”, segundo informações da chancelaria da Venezuela.

O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, disse que a reunião serviu para amenizar as discussões do conflito. Garcia admitiu que os países não chegaram a um acordo porque ainda havia tensão entre Colômbia e Venezuela. “Os chanceleres precisavam fazer muitas consultas, os ânimos estavam ainda um pouco quentes, mas o importante é que conseguimos baixar a temperatura”, disse o assessor.

Para o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, a reunião significou um “avanço” na mediação da crise. “O fato de os chanceleres da Venezuela e Colômbia estarem aqui sentados muito nos alegra”. Falando em nome do Equador, que preside temporariamente o bloco sul-americano, Patiño disse que a maioria dos chanceleres concordaram em reiterar o princípio da não agressão entre os países e da inviolabilidade territorial.

Segundo o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), ainda que sem resultados concretos, a reunião produziu avanços pelo fato de reunir os chanceleres e indicar nova reunião . “Vejo com bons olhos a reunião dos presidentes do bloco. Acredito que será possível encontrar um processo de paz. A Colômbia está num processo de mudança de presidente e acredito que o próximo a assumir (Juan Manoel dos Santos) deverá, na minha opinião, demonstrar mais vontade de negociação”, afirmou.

Entenda o caso – O conflito entre a Venezuela e a Colômbia começou há uma semana, quando o embaixador da Colômbia na Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Alfonso Hoyos, apresentou supostas provas sobre a presença de guerrilheiros das Farc e do Exército de Libertação Nacional (ELN) na Venezuela. Em seguida, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, qualificou de mentirosas as acusações e rompeu relações diplomáticas com a Colômbia. Para Chávez, as acusações são parte de uma “desculpa” para justificar intervenção armada da Colômbia em seu país. Chávez acredita que essa intervenção conta com o apoio dos Estados Unidos.

Agência Brasil

 

 

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